Resumo No presente estudo, nós investigamos aspectos populacionais de Aegla georginae na Bacia do rio Ibicuí e consideramos a implicação de diferentes métodos de captura na análise dos dados de dinâmica populacional. Foram amostrados 1774 indivíduos: 1259 machos (21 e 97 juvenis e 1028 e 113 adultos em armadilhas e rede de mão, respectivamente), e 512 fêmeas (05 e 140 juvenis, 184 e 64 adultos, e 81 e 38 ovígeras em armadilhas e rede de mão, respectivamente) e 03 não-sexados (2 e 1 em armadilhas e rede de mão, respectivamente). A distribuição de frequência nas classes de tamanho mostrou um modelo bimodal para ambos os sexos. O comprimento da carapaça (CC) em machos e fêmeas variou de 3,11 a 26,00 e 3,73 a 22,36 mm, respectivamente. Machos apresentaram-se significativamente maiores que as fêmeas. A abundância relativa entre machos e fêmeas foi diferente significativamente de 1:1 com mais machos do que fêmeas na maioria dos períodos amostrados (p < 0,05) quando considerados os dados agrupados (rede de mão + armadilhas) e somente armadilhas, mas seguiu a razão esperada na maioria dos meses quando considerados apenas os indivíduos capturados com rede de mão (p > 0,05). Juvenis foram registrados em todas as estações do ano e a reprodução ocorreu durante todo o ano. A estrutura populacional é similar ao modelo conhecido para eglídeos e os métodos de captura afetam a análise para A. georginae, onde os dados agrupados e as capturas por armadilha apresentaram maior abundância de indivíduos do que rede de mão e machos predominando nas classes de tamanho mais altas e fêmeas nas classes de tamanho intermediárias. Portanto, uma visão integrativa dos métodos de captura é o melhor modelo para estudar a dinâmica populacional de eglídeos.
Abstract In the current study, we investigated population aspects of Aegla georginae in the Ibicuí River Basin by considering different capture methods and the implication of these data in the analysis of population dynamics. We sampled 1774 individuals: 1259 males (21 and 97 juveniles and 1029 and 113 adults in trap and handnet, respectively), 512 females (05 and 140 juveniles, 184 and 64 adults, and 81 and 38 ovigerous in trap and handnet, respectively) and 03 unsexed individuals (02 and 01 in trap and handnet, respectively). The frequency distribution in size classes shows a bimodal model for both sexes. The carapace length (CL) in males and females varied from 3.11 to 26.00 and 3.73 to 22.36 mm, respectively. Males presented significantly larger sizes than females. The relative abundance between males and females was significantly different from 1:1 with more males than females in most sampling periods (p < 0.05) when considering the grouped data (handnet + trap) and trap captures, but followed the expected ratio in most months when considering individuals sampled only with handnet (p > 0.05). Juveniles were recorded in all seasons, and reproduction occurs throughout the year. The population structure is similar to the model known for aeglids, and the capture methods affected the analysis of A. georginae, where the grouped data and trap captures presented greater abundance of individuals than handnet and males predominate in the larger size classes, and females in the intermediary size classes. Therefore, an integrated view of the capture methods is the best model for studying the population dynamics of aeglids.