RESUMO: Do interior da nossa cultura está a emergir uma outra, definida por um outro paradigma, ainda difuso, mas cujo corolário poderia ser marcado pelo advento da fotografia, protótipo da imagem técnica ou tecnoimagem. É obrigatório rever e ressignificar toda a nossa forma de pensar, o envolvimento da nossa consciência e imaginação, na sua relação com o que representa o novo: a tecnociência. O nosso habitar espácio-temporal está impregnado de instrumentos técnicos (digitais), produtores de códigos/signos que determinam as categorias da nossa estrutura sensório-cognitiva e constroem um novo modelo antropoepistémico: o sujeito protésico. Estamos no limiar de uma nova época, determinada por um constructum de cenas imagéticas, a pós-história (expressão cunhada por Flusser): o acesso ao mundo, a sua eventual manipulação e a postura humana ligam-se a códigos comunicativos, provenientes da técnica, imagéticos e visuais, em detrimento da escrita, própria de uma época anterior (história). Se queremos penetrar no Universo em que nos movemos, é indispensável refletir sobre o modo de ser da Técnica, das imagens técnicas e das não-coisas (inobjetos) que o inundam e definem.
ABSTRACT: From the interior of our culture another one is manifesting itself, defined by another paradigm still diffuse, but whose corollary could be marked by the advent of photography, prototype of the technical image or technoimage. It is obligatory to review and resignify our whole way of thinking, the involvement of our consciousness and imagination, in its relationship with the new: technoscience. Our space-time that we inhabit is impregnated with technical (digital) instruments, producers of codes/signals that determine the categories of our sensory-cognitive structure and build a new anthropo-epistemic model: the prosthetic subject. We are on the threshold of a new era, determined by a constructum of imagetic scenes, the post-history (expression from Flusser): the access to the world, its eventual manipulation and the human posture is linked to communicative codes, coming from the technique, imagetic and visual, to the detriment of writing, proper of a previous epoch (history). If we want to penetrate the Universe in which we move, it is indispensable to reflect on the way of being of the Technique, of the technical images and of the non-things (inobject) that flood and define it.