RESUMO O propósito deste artigo é, com base em cartas de Graciliano Ramos, tanto nas publicadas como em inéditas, investigar vínculos do escritor com a França. Possibilitando refletir sobre questões históricas que transparecem no trânsito de olhares estrangeiros e nacionais em relação ao Brasil e ao país europeu, as cartas deixam ver impasses e conquistas experienciados por um intelectual autodidata como o autor de Vidas secas. O diálogo epistolar com editores, voltado para o desejo recíproco de ver os romances brasileiros vertidos para a língua francesa, fala da força universal da arte fincada no fator econômico. E o olhar para o estilo das cartas, feito de humor e seriedade, apreende também das relações de amizade do escritor, com Joaquim Pinto, com Paulo Rónai, a agudez crítica, a afabilidade e o amor ao estudo das línguas e à escolha das palavras reunidas em arte.
ABSTRACT The purpose of this essay is, based on Graciliano Ramos’ letters, both published and unpublished, to investigate the writer’s ties with France. Allowing to reflect on historical issues that transpire in the movement of foreign and national visions with respect to Brazil and France, the letters show the impasses and achievements experienced by a self-taught intellectual as the author of Vidas secas. The epistolary dialogue with editors, aimed at the reciprocal desire to see Brazilian novels translated into the French language, speaks about the universal force of art embedded in the economic factor. And the analysis of the style of letters, made with humour and seriousness, also captures from Graciliano’s friendship relations with Joaquim Pinto, with Paulo Rónai, the critical acuteness, kindness and love devoted to the study of languages and to the choice of words assembled in art.