OBJETIVO: As doenças respiratórias, particularmente as infecciosas, vêm se tornando cada vez mais representativas na morbi-mortalidade da população idosa. O objetivo do estudo foi analisar a tendência de mortalidade por doenças respiratórias e observar o impacto da vacinação contra influenza nos coeficientes de mortalidade. MÉTODOS: O estudo foi realizado no período de 1980 a 2000 em idosos residentes no Estado de São Paulo, utilizando-se dados de mortalidade do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. Trata-se de estudo ecológico de séries temporais. Foram analisadas as tendências das taxas padronizadas de mortalidade por doenças respiratórias infecciosas, segundo faixas etárias (60 a 64, 65 a 69, 70 a 74, 75 a 79 e 80 ou mais anos) e sexo, por meio de modelos de regressão polinomial. Foram calculados intervalos de confiança para a resposta média esperada nos anos subseqüentes à intervenção. RESULTADOS: Os coeficientes aumentaram para ambos os sexos na população idosa. Após a intervenção nota-se tendência ao declínio dos indicadores de mortalidade. Para a população idosa masculina, o coeficiente médio no período de 1980 a 1998 foi de 5,08 óbitos por mil homens com aumento linear não constante de 0,13 ao ano; em 2000, o coeficiente observado foi de 4,72 óbitos por mil homens. Já para as mulheres de 60 anos e mais, o coeficiente anual médio foi de 3,18 óbitos por mil mulheres com incremento não constante de 0,08 ao ano; no ano de 2000 o coeficiente observado foi 2,99 óbitos por mil mulheres, além da redução significativa dos mesmos em todas as faixas etárias. CONCLUSÕES: Os dados indicam a importância das doenças respiratórias entre os idosos e sugerem que a proteção específica contra influenza tem se refletido positivamente na prevenção da mortalidade por essas doenças.
OBJECTIVE: Respiratory diseases, especially infectious ones, are becoming increasingly representative in the morbidity and mortality patterns of elderly persons. The aim of the present study was to analyze trends in the mortality by respiratory diseases and to observe the impact of influenza vaccination on mortality rates. METHODS: The study was carried out between 1980 and 2000. Subjects were elderly persons living in the State of São Paulo, and mortality data were obtained from the Mortality Information System of the Brazilian Ministry of Health. This is an ecological time-series study. We analyzed the time trends of standardized mortality rates by infectious diseases, according to age group (60-64, 65-69, 70-74, 75-79, and 80+ years) and sex, using polynomial regression. We estimated confidence intervals for the mean expected response in the years following the intervention. RESULTS: Rates increased for both sexes among the elderly population. After the intervention, we observed a declining trend with respect to mortality indicators. For older males, the mean rate in the 1980-1998 period was 5.08 deaths per thousand men, with a nonlinear, non-constant increase of 0.13 per year; in 2000, the rate observed was 4.72 deaths per thousand men. The mean annual rate among women over 60 years was 3.18 deaths per thousand women, with a nonlinear, non-constant increase of 0.08 per year; in 2000, the rate observed was 2.99 deaths per thousand women. There was also a significant reduction in mortality rates in all age groups. Conclusions: Data indicate the importance of respiratory diseases among the elderly population and suggest that specific protection against influenza has a positive effect on the prevention of mortality due to these diseases.