Em São Paulo, existem dois isolados do Grapevine virus B (GVB), sorologicamente semelhantes e sintomatologicamente distintos, que causam a doença denominada fendilhamento cortical ("grapevine corky bark", GCB). Na literatura estrangeira existem relatos de que o GVB pode ser transmitido por cochonilhas brancas. O objetivo do presente trabalho foi o de verificar a transmissibilidade do GVB de videira infectada para videira sadia através da cochonilha da espécie Pseudococcus longispinus. Os dois isolados do vírus foram testados: o isolado comum (GVB-C) e o isolado Itália (GVB-I). A confirmação de infecção foi feita através da análise visual de sintomas, ELISA e RT-PCR. Em todos os testes de inoculação experimental, os primeiros sintomas da virose foram notados com, aproximadamente, 8 a 12 meses após a exposição às cochonilhas. Plantas sadias da variedade LN-33, mantidas ao redor de uma planta infectada com o GVB-C e altamente infestada pela P. longispinus, tornaram-se infectadas com incidência de 54,2%, após 4 anos. Empregando-se inoculação experimental com cochonilhas virulíferas, plantas da indicadora LN-33 apresentaram infecção de 46,2% e 40,0% para o GVB-C e GVB-I, respectivamente, após 3 anos de observações. Apesar desta espéciede cochonilhaocorrer de maneira eventual nos vinhedos do Estado de São Paulo, precauções devem ser tomadas em áreas onde são mantidos clones sadios de variedades de copa e de porta-enxerto de videira, visto que esses insetos, além de possuírem grande número de plantas hospedeiras, também podem transmitir outros importantes vírus da videira.
In the State of São Paulo, Brazil, there are two isolates of Grapevine virus B (GVB) associated with grapevine corky bark disease (GCB). Although serologically similar, they induce distinct reaction on some grape varieties. They are called GVB-C for common isolate and GVB-I for isolate obtained from the variety Italia. The objective of this work was to verify the transmission of both GVB isolates from infected to healthy plants by the mealybug Pseudococcus longispinus. The transmission of the virus was determined by visual analysis of symptoms, ELISA and RT-PCR. In all transmission experiments, grape indicator plants that had been exposed to presumably viruliferous mealybugs reacted in 8-12 months with a typical symptoms of GCB. Healthy LN-33 plants, maintained around one GCB-C affected LN-33 plant, highly infested by the mealybug, became infected with incidence of 54.2% after four years. Experimental inoculation of healthy LN-33 plants with viruliferous mealybugs resulted in infection rates of 46.2% for GVB-C and 40.0% for GVB-I, after three years. Although P. longispinus occurs eventually in São Paulo State vineyards, preventive control measures for this insect must be taken on areas where healthy clones of scion and rootstock varieties are maintained.