RESUMO Objetivo: compreender as diferentes posições de sujeito atribuídas à família no processo de gestação de substituição. Método: pesquisa qualitativa, do tipo estudo documental com base nos Estudos Culturais, na vertente pós-estruturalista, fundamentada nas ferramentas de discurso e enunciado de Michel Foucault. Para tanto, foram analisados discursos publicados na mídia escrita brasileira, entre setembro e dezembro no ano de 2016, sobre sujeitos que vivenciaram a gestação de substituição. Resultados: os discursos apontam que os pais biológicos devem acompanhar e controlar a gestação. Destacam que os cuidados com o bebê, especialmente o aleitamento materno, devem ser acompanhados pelo pai e realizados pela mãe biológica. Outro apontamento, é que tal tecnologia possibilita vivenciar a posição de pai e mãe constituídos culturalmente aos sujeitos que desejam ter filhos. Os discursos reforçam papéis distintos para pai e mãe biológicos e mães substitutas, apresentados como felizes com essa formação familiar. Os enunciados dividem, distribuem e ordenam os papéis da maternidade entre as duas mães visando naturalizar a gestação de substituição. Para tanto, reforçam os discursos sobre aleitamento materno e enfatizam a medicalização do corpo feminino na gestação de substituição. Conclusão: os discursos reconhecem a gestação de substituição foi reconhecida como forma distinta de concepção, mas reforçam que não acarreta em outra forma distinta de maternidade. As mídias se ocupam em demonstrar os rituais que auxiliam na constituição de sujeitos maternos e paternos, para ensinar modos de viver essa gestação. Portanto, vivenciar a gestação de substituição é uma das possibilidades de constituir família.
ABSTRACT Objective: to understand the different positions of the subject attributed to the family in the substitution gestation process. Method: documentary-type qualitative research, based on Cultural Studies, in the post-structuralism field, based on Michel Foucault's discourse and statement tools. For such, there were analyzed discourses published in the Brazilian written media, between September and December in the year 2016, on subjects who experienced the substitution gestation. Results: The speeches point out that the biological parents should monitor and control gestation. They emphasize that the cares with the baby, especially maternal breastfeeding, must be accompanied by the father and realized by the biological mother. Another point is that such technology makes it possible to experience the position of culturally constituted father and mother for the subjects who wish to have children. The discourses reinforce distinct roles for biological father and mother and surrogate mothers, presented as happy with this family formation. The statements divide, distribute and order the roles of motherhood between the two mothers in order in order to naturalize the substitution gestation. To this end, they reinforce the discourses on maternal breastfeeding and emphasize the medicalization of the female body in the substitution gestation. Conclusion: the substitution gestation was recognized as a distinct conception form, but reinforce that it does not entail another maternity form. The media are concerned with demonstrating the rituals that assist in the constitution of maternal and paternal subjects, in order to teach ways of living this gestation. Therefore, experiencing the substitution gestation is one of the possibilities for constituting a family.
RESUMEN Objetivo: comprender las diferentes posiciones de sujetos atribuidas a la familia en el proceso de gestación por sustitución. Método: estudio cualitativo, tipo documental, con base en los Estudios Culturales, en la vertiente posestructuralista, fundamentada en las herramientas de discurso y anunciado por Michel Foucault. Para ello, se analizaron discursos publicados en los medios de comunicación escritos de Brasil, entre septiembre y diciembre de 2016, respecto a sujetos que vivenciaron la gestación por sustitución. Resultados: los discursos señalan que los padres biológicos deben acompañar y controlar la gestación. Además, se resalta que los cuidados con el bebé, en especial la lactancia materna, deben ser asistidos por el padre y realizados por la madre biológica. Otra cuestión es que tal tecnología permite vivenciar la posición del padre y de la madre, constituidos culturalmente a los sujetos que desean tener hijos. Los discursos refuerzan diferentes roles para el padre y la madre biológicos y las madres por sustitución, presentados como felices con esta formación familiar. Los enunciados dividen, distribuyen y orden los roles de la maternidad entre ambas madres, con el objetivo de naturalizar la gestación por sustitución. Por lo tanto, se refuerzan los discursos sobre la lactancia materna y se enfatiza la medicalización del cuerpo femenino en la gestación por sustitución. Conclusión: la gestación por sustitución fue reconocida como una forma distinta de concebir, pero hacen hincapié en que no conduce a otra forma distinta de la maternidad. Los medios de comunicación se ocupan en demonstrar los rituales que auxilian en la constitución de sujetos maternos y paternos, para enseñar los modos de vivir de esta gestación. Por ende, vivenciar la gestación por sustitución es una de las posibilidades de constituirse una familia.