Resumo O presente trabalho busca analisar os modos como se organizam os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), a partir de experiências coletivas e práticas comunitárias realizadas pelas equipes-território, destacando os processos de dissensos e consensos nas relações de trabalho. Metodologicamente, com base na análise de discurso, foram realizadas coletivamente 14 entrevistas semiestruturadas com cada equipe dos CRAS de dois estados da macrorregião sul do Brasil. Os resultados apontam que trabalhar as divergências internas sem tentar homogeneizá-las, compondo práticas transdisciplinares e horizontalizantes, se mostrou um modo potente de organização das equipes de trabalho. Ademais, foi relatado também a potência na produção dos fazeres de territorialização, com e a partir do território, por meio de seus significantes e possibilidades singulares. Finalmente, apontam-se as práticas comunitárias com grupos e coletivos nos CRAS como um dos vetores potentes no enfrentamento ao sofrimento ético-político produzido pelas desigualdades sociais.
Abstract This paper analyzes the ways through which the Social Assistance Reference Centers (CRAS) is organized, based on collective experiences and community practices carried out by the territory-teams, highlighting the processes of dissent and consensus in working relations. Methodologically, based on discourse analysis, 14 semi-structured interviews were conducted collectively with each CRAS team from two states of the Brazilian southern region. The results indicate that working internal differences without trying to homogenize them, composing transdisciplinary and horizontal practices, proved to be a powerful way of organizing the work teams. Besides, the power in the production of territorialization actions, with and from the territory, was also reported through its significant and singular possibilities. Finally, the community practices with groups and collectives in CRAS are pointed as one of the potent vectors in facing the ethical-political suffering produced by social inequalities.
Resumen El presente trabajo busca analizar las formas en que se organizan los Centros de Referencia de Asistencia Social (CRAS), a partir de experiencias colectivas y prácticas comunitarias realizadas por los equipos del territorio, destacando los procesos de desacuerdos y consensos en las relaciones laborales. Metodológicamente, con base en el análisis del discurso, se realizaron colectivamente 14 entrevistas semiestructuradas con cada equipo de los CRAS de dos estados del macrorregión sur del Brasil. Los resultados muestran que trabajar las diferencias internas sin tratar de homogeneizarlas, componiendo prácticas transdisciplinarias y horizontales, resultó ser una forma poderosa de organizar equipos de trabajo. Además, también se informó del poder en la producción de actividades de territorialización, con y desde el territorio, a través de sus significantes y posibilidades singulares. Finalmente, las prácticas comunitarias con grupos y colectivos en los CRAS se señalan como uno de los vectores poderosos para enfrentar el sufrimiento ético-político que producen las desigualdades sociales.