As estimativas para 2020 indicam que os idosos representarão 13% da população do Brasil e é crescente a preocupação com a manutenção da capacidade cognitiva desta população. O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência e fatores associados ao déficit cognitivo em idosos residentes na área de abrangência dos serviços de atenção básica em saúde no município de Bagé, Rio Grande do Sul. O estudo epidemiológico de base populacional foi realizado em 2008. O Miniexame do Estado Mental (MEEM) foi aplicado, no domicílio, a 1.593 idosos. A análise dos fatores associados foi realizada através de regressão de Poisson a partir de um modelo hierárquico. Associações com valor p menor que 0,05 foram consideradas estatisticamente significativas. A prevalência de déficit cognitivo foi de 34,1%. Idosos do sexo feminino, indivíduos mais velhos, de cor da pele preta ou amarela/parda/indígena, com menor escolaridade, de classes sociais mais pobres, sem aposentadoria, com depressão e incapacidade para Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) tiveram maior probabilidade de apresentar déficit cognitivo (p < 0,05). A elevada magnitude com possibilidade de ocorrência aumentada entre grupos mais pobres e vulneráveis contribui para a implementação de políticas públicas de modo a qualificar o atendimento, a prevenção de agravos e a promoção da independência e autonomia da população idosa.
It is estimated that until 2020 the elderly will represent 13% of the total Brazilian population, and there is increasing concern about healthy aging and low rates of cognitive impairment. This cross-sectional study aimed to identify the prevalence of cognitive impairment, using the Mini-Mental State Examination (MMSE) in a sample of 1,593 elderly aged 60 years old and more who were living in the community of the city of Bagé, Southern Brazil, in 2008. The Poisson regression model was used for estimating crude and adjusted prevalence ratios; their related 95% confidence intervals and p-values lower than 0.05 were considered statistically significant. The prevalence of cognitive impairment was of 34% and statistically associated with gender (female), age (older), schooling (less educated), lower economic classes, without retirement, with depression and functional limitation. The high magnitude with increased occurrence among poor and vulnerable groups contributes to the implementation of public policies in order to improve care, prevent diseases and promote the independence and autonomy of the elderly population.