O objetivo do estudo foi analisar a mortalidade feminina por agressão no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, utilizando-a como um "marcador" do femicídio. Estudo ecológico que relacionou a mortalidade feminina por agressão no Rio Grande do Sul, segundo as 35 microrregiões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com variáveis socioeconômicas e demográficas, de acesso e de saúde. Foi realizada correlação de Pearson entre as variáveis selecionadas e após, regressão linear múltipla com as variáveis que apresentam p < 0,20. O coeficiente de mortalidade feminina por agressão padronizado no período 2003 a 2007 foi de 3,1 óbitos para cada 100 mil. Após a regressão linear múltipla, permaneceram no modelo final o coeficiente de mortalidade masculina por agressão (p = 0,016), o percentual de internação por álcool (p = 0,005) e a proporção de óbitos mal definidos (p = 0,015). O modelo tem capacidade explicativa de 39% (r2 ajustado = 0,391). Os resultados são compatíveis com outros estudos e indicam uma forte relação entre a violência estrutural da sociedade e a violência dirigida contra as mulheres, além da maior ocorrência de mortes femininas em locais onde a hospitalização por consumo de álcool é maior.
This study aimed to assess the female homicide rate due to aggression in Rio Grande do Sul, Brazil, using this as a "proxy" of femicide. This was an ecological study which correlated the female homicide rate due to aggression in Rio Grande do Sul, according to the 35 microregions defined by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), with socioeconomic and demographic variables access and health indicators. Pearson's correlation test was performed with the selected variables. After this, multiple linear regressions were performed with variables with p < 0.20. The standardized average of female homicide rate due to aggression in the period from 2003 to 2007 was 3.1 obits per 100 thousand. After multiple regression analysis, the final model included male mortality due to aggression (p = 0.016), the percentage of hospital admissions for alcohol (p = 0.005) and the proportion of ill-defined deaths (p = 0.015). The model have an explanatory power of 39% (adjusted r2 = 0.391). The results are consistent with other studies and indicate a strong relationship between structural violence in society and violence against women, in addition to a higher incidence of female deaths in places with high alcohol hospitalization.