O objetivo do presente trabalho foi conhecer a vivência da pobreza em relação à assistência à saúde no caso de mulheres pobres mexicanas. Desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa no México, realizando 40 entrevistas com mulheres entre 35 e 65 anos de idade. Detectaram-se três elementos centrais a respeito da vivência da pobreza e da assistência à saúde: a dependência socioeconômica para com a família; a noção de uma pertença social na vivência dos direitos de atenção à saúde, que se reflete na consideração e aceitação de que, devido a sua condição, somente podem ser atendidas em instituições filantrópicas; e a existência de mecanismos de sobrevivência diante de um evento de doença. Ao recuperar a experiência das mulheres pobres com relação à assistência à saúde, identificou-se que existe uma idéia clara de que, se tivessem contado com recursos econômicos suficientes, seus problemas de saúde teriam sido resolvidos de outra maneira. Também têm a convicção de que, por serem pobres, devem se conformar com uma atenção médica de má qualidade, e esta conformidade finalmente provoca sua resignação com o fato de perderem uma parte dos seus corpos, ou ainda mais esperarem a chegada da morte.
The objective of this qualitative study was to get to know poor Mexican women's experience of poverty in relation to health care. Forty-nine interviews were carried out with poor adult women in Mexico (between 35 and 65 years old). Three central elements were detected in relation to the women's experience of poverty and health care: their socio-economic dependence on their family; the notion of social belonging in their experience with health care rights, reflected in the idea and acceptance that, due to their poverty, they can only be attended at philanthropic institutions; and the existence of survival mechanisms when facing an illness. In recovering the experience of poor women in relation to their health care, we identified that there is a clear idea that, if women had had economic resources, their health problem would have been solved differently. They are also convinced that, due to being poor, they have to content themselves with bad-quality medical care. This conformity finally makes them resign to the fact of either loosing a part of their own body, or even just waiting for death.
El objetivo del presente trabajo fue conocer la vivencia de la pobreza en relación al cuidado y atención de la salud en el caso de mujeres pobres mexicanas. Se desarrolló una investigación cualitativa que se llevó a cabo en México. Se realizaron y analizaron cuarenta entrevistas que se aplicaron a mujeres entre 35 y 65 años de edad. Se detectaron tres elementos centrales con relación a la vivencia de la pobreza y el cuidado y atención de la salud: la dependencia socioeconómica hacia su familia; la noción de una pertenencia social en la vivencia de los derechos de atención a la salud que se refleja en la consideración y aceptación de que a ellas debido a su condición de pobreza sólo les corresponde ser atendidas en las instituciones de beneficencia pública; y la existencia de mecanismos de supervivencia frente a un evento de enfermedad. Al recuperar la experiencia de las mujeres pobres en su cuidado de salud se identificó lo siguiente: existe una clara idea de que si se hubiera contado con recursos económicos suficientes su problema de salud se hubiera resuelto de otra manera; también se tiene la convicción de que por ser pobres deben conformarse con una mala atención médica y, esta conformidad provoca que, finalmente, se resignen al hecho de, o bien perder una parte de su cuerpo, o, inclusive, a esperar la muerte.