A fadiga relacionada ao câncer (FRC) é um dos sintomas mais prevalentes em pacientes com câncer, sendo reportada por 50% a 90% dos pacientes durante o curso da doença ou do seu tratamento, impactando na qualidade de vida de forma severa além de diminuir a capacidade funcional diária dos pacientes. Uma abordagem ampla deve ser realizada com orientações gerais sobre fadiga, além da determinação de um plano individualizado de abordagem terapêutica. Pacientes com fadiga moderada ou severa devem se beneficiar de ambas as medidas farmacológicas e não farmacológicas a serem adotadas, enquanto pacientes que apresentem fadiga leve que não interfira na qualidade de vida podem ser tratados com medidas não farmacológicas como única medida terapêutica. O tratamento não farmacológico se mostra promissor com o uso de terapias cognitivas-comportamentais (conservação de energia e organização de atividades diárias realizadas, ECAM), exercícios físicos e talvez terapias do sono. O tratamento farmacológico tem mostrado resultados promissores que incluem o uso de psicoestimulantes tais como metilfenidato e dexmetilfenidato, modanafil (em pacientes com fadiga severa) e agentes estimuladores de eritropoietina em pacientes com anemia associada à quimioterapia e hemoglobina menor que 10 mg/dL. Além dessas drogas, o uso de Guaraná (Paullinia cupana) tem-se mostrado uma opção promissora, com efeitos benéficos no tratamento da fadiga física e mental relacionada ao câncer. Por ser uma opção sem efeitos colaterais significantes e uma planta nacional, torna-se atrativo considerando o fácil acesso a esta medicação por seu baixo custo e fácil adesão ao tratamento. O tratamento pode ser oferecido através de uma abordagem multimodal e multidisciplinar que individualize as opções terapêuticas dentro de um contexto que promova o diagnóstico acurado da FRC, além de um tratamento específico e adequado para cada paciente que apresente este sintoma tão importante e de grande impacto na qualidade de vida de pacientes com câncer.
Cancer-related fatigue is the most prevalent cancer symptom, reported in 50%-90% of patients and severely impacts quality of life and functional capacity. The condition remains underreported and often goes untreated. Guidelines suggest screening for fatigue at the initial visit, when the diagnosis of advanced disease is made, and at each chemotherapy session, as well as the identification of treatable contributing factors such as anemia, hypothyroidism, depression and sleep disorders. Brief assessment tools such as the Brief Fatigue Inventory or the Visual Analog Scale may be appropriate in the initial scoring of fatigue severity, but the initial approach to treatment usually requires a more comprehensive assessment, education, and the determination of an individualized treatment plan. Patients with moderate or severe fatigue may benefit from both pharmacological and non-pharmacological interventions, whereas mild fatigue that does not interfere with quality of life can be treated with non-pharmacological measures alone. Non-pharmacological measures that have shown to be promising include cognitive-behavioral interventions such as energy conservation and activity management (ECAM), exercise and perhaps sleep therapy. Many other modalities may be beneficial and can be used on an individual basis, but there is insufficient evidence to promote any single treatment. Pharmacological therapies that have shown to be promising include the psycho-stimulants methylphenidate and dexmethylphenidate, modafinil (in severely fatigued patients only), and erythropoietin-stimulating agents in patients with chemotherapy-associated anemia and hemoglobin levels < 10 g/dL. Recently, our group reported impressive results with the use of the dry extract of Guarana (Paullinia cupana), with no significant side effects and at low cost, for the treatment of physical and mental cancer-related fatigue.