RESUMO: Introdução: Existem poucos estudos de concordância entre as medidas subjetivas de sono e a actigrafia entre adolescentes. Objetivo: Comparar o sono autodeclarado e a actigrafia neste grupo etário, estudando as diferenças quanto ao sexo e, usando uma nova abordagem gráfica, o gráfico de concordância e sobrevivência. Métodos: Trinta e sete indivíduos de 12 a 17 anos responderam a questões sobre a duração do sono noturno e usaram actigrafia por sete dias. As diferenças entre as médias e as medianas entre sono informado e a medida objetiva, o coeficiente de correlação intraclasse e os gráficos de Bland-Altman e de concordância e sobrevivência foram aplicados. Resultados: Uma diferença média de aproximadamente uma hora (DP = 2,1; mediana = 0,5; p < 0,01) foi encontrada entre ambas as estratégias, a qual foi maior entre os meninos, com 1,9 horas (DP = 2,8; mediana = 1,6; p < 0,05), do que entre as meninas, 0,5 horas (DP = 1,4; mediana = 0,3; p = 0,11). A avaliação gráfica mostrou resultados semelhantes, bem como o coeficiente de correlação intraclasse: 0,06 (IC95% = -0,33 - 0,46; p = 0,489) para os meninos e 0,43 (IC95% = 0,12 - 0,83; p < 0,001) para as meninas. Conclusões: Nossos dados são consistentes com prévios estudos em relação à não concordância entre os dois métodos. Esses resultados são relevantes porque este é o primeiro estudo de concordância entre medidas subjetivas de sono e actigrafia em adolescentes brasileiros, do nosso conhecimento. Além disso, eles reforçam a necessidade de um cuidadoso uso das medidas de sono noturno entre adolescentes, principalmente entre os meninos.
ABSTRACT: Introduction: There are only few agreement studies between subjective measures of sleep and actigraphy among adolescents. Objective: To compare self-reported sleep and actigraphy in this age group, by studying gender differences and, using a new graphical approach, the survival agreement plot. Methods: Thirty-seven subjects, aged 12 to 17 years, answered questions about nocturnal sleep duration and used actigraphy for seven days. The mean and median differences between the informed sleep and the recorded one, the intraclass correlation coefficient, the Bland-Altman plot and the survival-agreement plot were used. Results: A mean difference of about one hour (SD = 2.1; median = 0.5; p < 0.01) was found between both strategies, which was higher among boys, 1.9 hours (SD = 2.8; median = 1.6; p < 0.05), than among girls, 0.5 hours (SD = 1.4; median = 0.3; p = 0.11). The graphical evaluation showed similar results, as well as the intraclass correlation coefficient: 0.06 (95%CI = -0.33 - 0.46; p = 0.489) for boys and 0.43 (95%CI = 0.12 - 0.83; p < 0.001) for girls. Conclusions: Our data are consistent with previous studies as to non-agreement between the two methods. These results are relevant because this is the first study of concordance between subjective measures of sleep and actigraphy among Brazilian adolescents, as far as we know. In addition, they reinforce the need of a careful use of nocturnal sleep measures among adolescents, mainly among boys.