OBJETIVO: Os objetivos deste estudo foram o de avaliar a prevalência de Disfunção Têmporo-Mandibular e Dor Orofacial (DTM e DOf) em mulheres vítimas de violência, e o impacto da dor crônica nos fatores psicossociais relacionados, como depressão e somatização, e na qualidade de vida das mulheres. METODOLOGIA: Uma amostra de conveniência de 20 mulheres em situação de violência doméstica que acessam instituições de apoio foram entrevistadas volutariamente. A dor orofacial e fatores psicossociais relacionados foram avaliados pelo RDC/DTM (Critério de Diagnóstico para Pesquisa das Desordens Temporomandibulares) Eixo II, e a história de abuso físico e social pelo S/PAHQ (Questionário sobre História de Abuso Físico e Sexual). RESULTADOS: Oitenta por cento das mulheres vítimas de violência mostraram dor crônica, variando de 1 a 3 em uma escala de quarto ítens (0 to 3), 65% demonstraram depressão severa, e 60 e 70%, somatização severa com ou sem dor, respectivamente. Adicionalmente, 85% relataram dor na face, têmporas e ouvido no ultimo mês com uma padrão recorrente. CONCLUSÃO: Os dados indicaram alta prevalência de DTM e DOf nesta amostra. Há necessidade de qualificação de profissionais de saúde que atendam mulheres agredidas a fim de identificar a presença de DTM e DOf, bem como depressão e somatização.
PURPOSE: To assess the prevalence of Temporomandibular Disorders (TMD) and Orofacial Pain (OFP) in women victim of domestic violence, and the impact of chronic pain in related psychosocial factors, such as depression and somatization, as well as in the women's quality of life. METHODS: A convenience sample of 20 women in a situation of domestic violence who accessed support institutions were voluntarily interviewed. OFP and related psychosocial factors were assessed by using the RDC/TMD (Research Diagnostic Criteria for TMD) Axis II, and the history of physical and sexual abuse by the S/PAHQ (Sexual and Physical Abuse History Questionnaire). RESULTS: Eighty percent of women victim of violence showed chronic pain, varying from 1 to 3 on a four-point scale (0 to 3), 65% showed severe depression, and 60-70% reported evere somatization with or without pain, respectively. In addition, 85% reported pain in the face, temples and ear in the last month with a recurrent pattern. CONCLUSION: Data indicated high prevalence of TMD and OFP in this sample. There is a need for qualification of health professionals dealing with abused women in order to identify the presence of TMD and OFP as well as depression and somatization.