Este trabalho analisou a contribuição dos alimentos ultraprocessados (AUP) no perfil alimentar e nutricional da dieta de gestantes. Trata-se de um estudo transversal conduzido com uma amostra representativa de gestantes usuárias de unidades básicas de saúde de Maceió, Alagoas, Brasil. O consumo alimentar foi avaliado pela aplicação de dois recordatórios de 24 horas em dias não consecutivos e os itens de consumo agrupados segundo a classificação NOVA. As estimativas gerais foram expressas no consumo alimentar absoluto (média de ingestão calórica) e relativo (percentual da ingestão energética total segundo grupos de alimentos e itens de consumo). Análises de variâncias foram utilizadas para comparar as médias do consumo energético e de nutrientes, segundo grupos alimentares. A associação entre os quintis de contribuição energética dos AUP (variável de exposição) e (1) itens de consumo e grupos alimentares, (2) contribuição percentual para o total de energia de macronutrientes e (3) densidade de micronutrientes foi analisada por meio de modelos ajustados de regressão linear. O consumo médio de energia das gestantes foi de 1.966,9Kcal/dia, sendo 22% proveniente dos AUP. Observou-se relação direta entre a contribuição energética dos AUP na dieta e o consumo energético total (β = 228,78Kcal; EP = 21,26). Ainda, o aumento da participação de AUP implicou a redução estatisticamente significativa da ingestão de proteínas, fibras, magnésio, ferro, pótassio, zinco, selênio, folato e vitaminas D e E, assim como o consumo de alimentos tradicionais, como arroz, feijão, raízes e tubérculos. Portanto, nossos dados apontam que o consumo de AUP reduz a qualidade global (nutricional e alimentar) da dieta de gestantes.
This study analyzed the role of ultra-processed foods (UPFs) in the food and nutritional profile of pregnant women’s diet. This was a cross-sectional study conducted in a representative sample of pregnant women attending primary healthcare units in Maceió, capital of the State of Alagoas, Brazil. Food consumption was assessed with the application of two 24-hour food recalls on nonconsecutive days, and the consumption items were grouped according to the NOVA classification. Overall estimates were expressed as absolute dietary consumption (mean calorie intake) and relative consumption (percentage of total energy intake according to food groups and consumption items). Analysis of variance was used to compare mean energy and nutrient intake according to food groups. The association between quintiles of the energy share from UPFs (exposure variable) and (1) consumption items and food groups, (2) percentage of total energy from macronutrients, and (3) micronutrient density was analyzed via adjusted linear regression models. Mean energy intake in pregnant women was 1,966.9Kcal/day, 22% of which from UPFs. A direct relationship was observed between the percentage of energy from UPFs and total energy consumption (β = 228.78Kcal; SE = 21.26). In addition, an increase in the share of UPFs was associated with a statistically significant reduction in the intake of protein, fiber, magnesium, iron, potassium, zinc, selenium, folate, and vitamins D and E, as well as in the consumption of traditional foods such as protein, beans, roots, and tubers. Our data thus indicate that the consumption of UPFs reduces the overall nutritional and food quality of diet in pregnant women.
Este estudio analizó la contribución de los alimentos ultraprocesados (AUP) al perfil alimentario y nutricional de la dieta de gestantes. Se trata de un estudio transversal, realizado con una muestra representativa de gestantes usuarias de unidades básicas de salud de Maceió, Alagoas, Brasil. El consumo alimentario se evaluó mediante la aplicación de dos recordatorios de 24 horas en días no consecutivos y los ítems de consumo agrupados según la clasificación NOVA. Las estimaciones generales fueron expresadas en el consumo alimentario absoluto (media de ingestión calórica) y relativo (porcentaje de la ingestión energética total según grupos de alimentos e ítems de consumo). Se utilizaron análisis de variancias para comparar las medias del consumo energético y de nutrientes, según grupos alimentarios. La asociación entre los quintiles de contribución energética de los AUP (variable de exposición) y (1) ítems de consumo y grupos alimentarios, (2) porcentaje de contribución para el total de energía de macronutrientes y (3) se analizó la densidad de micronutrientes mediante modelos ajustados de regresión lineal. El consumo medio de energía de las gestantes fue 1.966,9Kcal/día, siendo un 22% proveniente de los AUP. Se observó una relación directa entre la contribución energética de los AUP en la dieta y el consumo energético total (β = 228,78Kcal; EP = 21,26). Asimismo, el aumento de la participación de AUP implicó la reducción estadísticamente significativa de la ingestión de proteínas, fibras, magnesium, hierro, potasio, zinc, selenio, folato y vitaminas D y E, así como en el consumo de alimentos tradicionales como: arroz, frijoles, raíces y tubérculos. Por tanto, nuestros datos apuntan que el consumo de AUP reduce la calidad global (nutricional y alimentaria) de la dieta de gestantes.