Resumen En Perú, más de la mitad de las mujeres recluidas lo está por algún delito vinculado al tráfico ilícito de drogas (TID). En este artículo analizamos, desde una aproximación feminista y un análisis narrativo, 57 entrevistas a mujeres recluidas en los seis establecimientos penitenciarios con mayor población recluida por TID en Perú. Los resultados muestran cinco trayectorias hacia el TID: 1) Involucramiento por urgencia económica, 2) Involucramiento por engaño, 3) Involucramiento porque el TID se valida como trabajo, 4) Involucramiento vinculado a su relación de pareja, y 5) Involucramiento por eventos inesperados y dolorosos. En la investigación feminista, las trayectorias permiten narrar realidades que trascienden la individualidad, mostrando el impacto de las circunstancias macrosociales y las fallas estructurales en las vidas cotidianas. A partir del análisis, observamos que tanto la violencia estructural -vinculada a la precariedad económica y a las escasas oportunidades de desarrollo-, como la construcción de una subjetividad femenina tradicional -que se expresa en el “ser de otros” y el “ser para otros”-, las colocan en situaciones de vulnerabilidad para su involucramiento en este delito, lo que convive con diferentes niveles de autonomía y agencia por parte de ellas.
Abstract In Peru, more than half of the women in prison are incarcerated for a crime related to illicit drug trafficking (IDT). In this article we analyze, from a feminist approach and narrative analysis, 57 interviews with women imprisoned in the six prisons with the largest population imprisoned for IDT in Peru. The results show five trajectories towards IDT: 1) Involvement due to economic urgency, 2) Involvement due to deception, 3) Involvement because IDT is validated as work, 4) Involvement linked to their partner relationship, and 5) Involvement due to unexpected and painful events. In feminist research, trajectories allow us to narrate realities that transcend individuality, showing the impact of macro-social circumstances and structural failures in everyday lives. From the analysis, we observe that both structural violence-linked to economic precariousness and scarce development opportunities-and the construction of a traditional feminine subjectivity-expressed in “being of others” and “being for others”-place them in situations of vulnerability for their involvement in this crime, which coexists with different levels of autonomy and agency on their part.
Resumo No Peru, mais da metade das mulheres encarceradas estão presas por um crime relacionado ao tráfico ilícito de drogas (TID). Neste artigo, analisamos a partir de uma abordagem feminista e de uma análise narrativa, 57 entrevistas com mulheres nas seis prisões com a maior população encarcerada por TID no Peru. Os resultados mostram cinco trajetórias rumo ao TID: 1) Envolvimento devido à urgência econômica, 2) Envolvimento devido a engano, 3) Envolvimento porque o TID é validado como um trabalho, 4) Envolvimento ligado ao seu relacionamento com seu parceiro e, 5) Envolvimento devido a eventos inesperados e dolorosos. Nas pesquisas feministas, as trajetórias nos permitem narrar realidades que transcendem a individualidade, mostrando o impacto de circunstâncias macrossociais e falhas estruturais na vida cotidiana. Da análise, é observado que tanto a violência estrutural-ligada à precariedade econômica e às limitadas oportunidades de desenvolvimento-como a construção de uma subjetividade feminina tradicional-expressada em “ser dos outros” e “ser para os outros”-as coloca em situações de vulnerabilidade por seu envolvimento neste crime, que coexiste com diferentes níveis de autonomia e agência de sua parte.