OBJETIVO: Estimar a prevalência da anemia em crianças, sua tendência temporal e identificar fatores associados. MÉTODOS: Estudo de corte transversal, de base populacional, envolvendo 1.108 crianças, com idade entre seis e 59 meses, de ambos os sexos, do Estado da Paraíba, em 2007. A hemoglobina foi analisada em sangue venoso com contador automático. Foram considerados para anemia valores < 11,0 g/dL, forma leve 9-11g/dL, moderada 7-9 g/dL e grave < 7,0 g/dL. As condições socioeconômicas e demográficas das crianças foram obtidas por meio de questionário aos pais ou responsáveis. As proporções foram comparadas pelo teste do qui-quadrado de Pearson, e a associação entre as concentrações de hemoglobina e potenciais fatores de riscos foi testada pelo modelo de regressão de Poisson. A tendência temporal da anemia foi avaliada pelo incremento/redução na prevalência de anemia nos anos de 1982, 1992 e 2007. RESULTADOS: A prevalência de anemia foi de 36,5% (IC95% 33,7;39,3). Observa-se que 1,3% (IC95% 0,7;1,8) foi na forma grave, 11,1% (IC95% 9,4;13,5) na forma moderada e 87,6% (IC95% 79,1;91,2) na forma leve. Houve um incremento de 88,5% nos casos de anemia no período entre 1982 e1992 e uma estabilização na prevalência entre 1992 e 2007. A análise ajustada no modelo de Poisson mostrou maior suscetibilidade à anemia nas crianças de seis a 24 meses de idade, naquelas amamentadas por seis meses ou mais, que co-habitavam com mais de quatro pessoas no mesmo domicílio e moravam em casas com menos de cinco cômodos. CONCLUSÕES: A alta prevalência de anemia mostra que continua sendo um importante problema de saúde pública no Estado da Paraíba. Apesar da estabilização na prevalência entre 1992 e 2007, a anemia apresenta-se em elevado patamar, o que impõe medidas mais efetivas de prevenção e controle.
OBJECTIVE: To estimate the magnitude of the anemia, to analyze the time trends and investigate the factors associated with this disturbance in children in the state of Paraíba, Brazil. METHODS: A cross-sectional survey, of population-based, with 1108 children, aged 6 to 59 months, both sexes in the state of Paraíba. Hemoglobin (Hb) in venous blood was analyzed with an automatic counter. The social-economic and demographic characteristics of children were obtained by questionnaire. Proportions were compared by Pearson's chi-squared test, and the association between hemoglobin concentrations and potential risk factors was tested by regression model Poisson. The time trend of anemia was assessed by the increase/decreased in the prevalence of anemia, using as comparison the prevalence observed in the years 1982, 1992 and 2007. RESULTS: The prevalence of anemia (Hb < 11.0 g/dl) in the state of Paraíba was 36.5% (CI95% 33.7 to 39.3). It was observed that 1.3% (CI95% 0.7 to 1.8) were in severe form (Hb <7.0 g/dl), 11% (CI95% 9.4 to 13.5) in a moderate form and 87.6% (CI95% 79.1 to 91.2) in the mild form. There was an increase 88.5% in cases of anemia between the years 1982-1992 and stabilization in the prevalence between the years 1992-2007. The analysis adjusted Poisson model showed a greater susceptibility to anemia in children 6 to 24 months of age, those breastfed for six months or more, who co-inhabited with more than 04 people in the same household and lived in houses with less than 05 rooms. CONCLUSIONS: The results revealed that anemia remains an important public health problem in the state of Paraíba and despite having been shown an stabilization in the prevalence of anemia between 1992-2007, differently the prevalence observed between 1982-1992, this deficiency presents in high level, witch requires more effective measures of prevention and control.
OBJETIVO: Estimar la prevalencia de la anemia en niños, su tendencia temporal e identificar factores asociados. MÉTODOS: Estudio de corte transversal, de base poblacional, involucrando 1.108 niños, con edad entre 6 a 59 meses, de ambos sexos, del Estado de Paraíba, en 2007. La hemoglobina fue analizada en sangre venosa con contador automático. Se consideraron para anemia valores <11,0 g/dL, forma leve 9-11g/dL, moderada 7-9g/dL y grave <7,0g/dL. Las condiciones socioeconómicas y demográficas de los niños fueron obtenidos por medio de cuestionario a los padres o responsables. Las proporciones fueron comparadas por la prueba de Chi-cuadrado de Pearson, y la asociación entre las concentraciones de hemoglobina y potenciales factores de riesgo fue evaluada por el modelo de regresión de Poisson. La tendencia temporal de la anemia fue evaluada por el incremento/reducción en la prevalencia de anemia en los año de 1982, 1992 e 2007. RESULTADOS: La prevalencia de anemia fue de 36,5% (IC95% 33,7;39,3). Se observa que 1,3% (IC95% 0,7;1,8) fueron en la forma grave, 11,1% (IC95% 9,4;13,5) en la forma moderada y 87,6% (IC95% 79,1;91,2) en la forma leve. Hubo un incremento de 88,5% en los casos de anemia en el período entre 1982-1992 y una estabilización en la prevalencia entre 1992-2007. El análisis ajustado en el modelo de Poisson mostró mayor susceptibilidad a la anemia en los niños de seis a 24 meses de edad, en aquellos amamantados por seis meses o más, que cohabitaban con más de cuatro personas en el mismo domicilio y vivían en casas con menos de cinco cuartos. CONCLUSIONES: La alta prevalencia de anemia muestra que continúa siendo un problema importante de salud pública en el Estado de Paraíba. A pesar de la estabilización en la prevalencia entre 1992-2007, la anemia se presenta en nivel elevado, lo que impone medidas más efectivas de prevención y control.