Resumo Objetivo Avaliar a concordância interobservador de radiologista, dois ortopedistas especialistas em quadril com experiência no tratamento de fraturas da pelve e acetábulo, dois ortopedistas gerais, dois residentes de ortopedia, e dois residentes de radiologia no diagnóstico de lesões do anel pélvico posterior usando radiografia simples. Método Estudo transversal, realizado em setembro de 2017. Foram selecionados retrospectivamente e de modo aleatório exames de 20 pacientes atendidos previamente com lesões traumáticas do anel pélvico posterior. Nove examinadores de diferentes áreas médicas avaliaram as radiografias simples de bacia, que foram comparadas com a tomografia computadorizada, considerada critério confirmatório de diagnóstico. A concordância interobservador foi analisada pelo teste de Kappa (κ), e com intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados Foram encontradas pela tomografia computadorizada 28 lesões (23%; IC95%: 16-32%) em todos os casos avaliados. A concordância interobservador entre a radiografia simples e a tomografia computadorizada foi moderada nos médicos com mais experiência: o radiologista (κ = 0,461; IC95%: 0,270-0,652), os especialistas em quadril 1 e 2 (κ = 0,534; IC95%: 0,348-0,721; e κ = 0,431; IC95%: 0,235-0,627, respectivamente), e os ortopedistas gerais 1 e 2 (κ = 0,497; IC95%: 0,307-0,686; e κ = 0,449; IC95%: 0,254-0,645, respectivamente). Já com relação aos residentes de ortopedia e radiologia, a concordância interobservador foi considerada fraca. Nos diagnósticos de todos os examinadores, foram encontrados altos valores falso-negativos, principalmente nas fraturas da região posterior do ilíaco e nas fraturas do sacro. Conclusão Profissionais com mais experiência na área apresentam melhor capacidade de identificação de lesões do anel pélvico posterior por radiografia simples; porém, salienta-se que a radiografia simples de pelve esteve suscetível a avaliações falso-negativas da parte de todos os profissionais estudados.
Abstract Objective To evaluate the interobserver agreement of a radiologist, two hip specialist orthopedists with experience in the treatment of pelvic and acetabulum fractures, two general orthopedists, two orthopedics residents and two radiology residents regarding the diagnosis of posterior pelvic ring injuries using plain radiography. Method A cross-sectional study conducted in September 2017. The exams of 20 patients who had been treated for traumatic lesions of the posterior pelvic ring were randomly selected.. A total of nine examiners from different medical fields evaluated the plain pelvic radiographs; those were compared with computed tomography, scans, which are considered a confirmatory diagnostic criterion. Interobserver agreement was assessed using the Kappa test (κ) and 95% confidence intervals (95%CIs). Results A total of 28 lesions were found by computed tomography (23%; 95%CI: 16-32%) among all of the cases evaluated. The interobserver agreement between plain radiography and computed tomography was moderate among physicians with more experience: a radiologist (κ = 0.461; 95%CI: 0.270-0.652), hip specialists 1 and 2 (κ = 0.534; 95%CI: 0.348-0.721 and κ = 0.431; 95%CI: 0.235-0.627 respectively), and general orthopedists 1 and 2 (κ = 0.497; 95%CI: 0.307-0.686 and κ = 0.449; 95%CI: 0.254-0.645 respectively). Among the orthopedics and radiology residents, the interobserver agreement was considered poor. High false negative values were found among all of the examiners, especially regarding posterior iliac fractures and sacrum fractures. Conclusion Professionals with greater experience in the field have a better ability to identify posterior pelvic ring lesions by plain radiography, but we emphasize that plain pelvic radiography was susceptible to false negative evaluations among all of the professionals assessed.