Transtornos emocionais como ansiedade, estresse e até mesmo burnout têm sido apontados em estudantes de Medicina durante o período de formação. Esta pesquisa investiga a ocorrência destes transtornos em 18 alunos ao longo dos seis anos de um curso de Medicina. Além de um questionário sociodemográfico, foram aplicados diversos instrumentos de avaliação (Idate, MBI, BAI e ISE), uma ou mais vezes em anos subsequentes. Os resultados evidenciaram que os transtornos foram mais intensos no terceiro e quarto anos. O sentimento de realização pessoal foi aumentando no transcorrer do curso, assim como as atitudes de desumanização. A exaustão emocional, por sua vez, apresentou decréscimo no final do curso. Sugere-se um estudo dos fatores de maior pressão, principalmente os relativos aos terceiro e quarto anos do curso, no sentido de modificá-los e/ou minimizar suas consequências nos estudantes. Por outro lado, disciplinas que promovam maior conhecimento do ser humano e, portanto, atitudes de humanização, devem ser implementadas e/ou receber mais destaque. A ênfase do curso deve ser pautada não só na capacitação técnica e desenvolvimento de habilidades, mas, especialmente, no conhecimento do ser humano e nas relações interpessoais e afetivas.
Emotional disorders such as anxiety, stress, and even burnout have been detected in medical students during their training. This study investigates the occurrence of such disorders in 18 Brazilian students over the course of their six years in medical school. In addition to a socio-demographic questionnaire, various evaluation instruments were applied (Idate, MBI, BAI, and ISE), once or several times in subsequent years. According to the findings, disorders were more intense in the third and fourth years. The feeling of personal fulfillment increased during the course, as did attitudes of dehumanization. Meanwhile, emotional exhaustion decreased at the end of the course. We recommend further research on the strongest pressure factors, especially those related to the third and fourth years, in order to modify them or minimize their consequences for students. In addition, the disciplines in medical school that foster greater knowledge of the human being and thus attitudes of humanization should be implemented and/or receive greater emphasis. The course focus should be based not only on technical training and development of skills, but especially on knowledge of human beings and interpersonal and affective relations.