RESUMO Contexto: Doenças hepáticas frequentemente cursam com encefalopatia hepática (EH), cuja fisiopatologia pode envolver aumento da pressão intracraniana (PIC). Ferramentas de monitorização da PIC e da sua morfologia de pulso podem ser úteis para avaliação da EH. A utilização de um procedimento não invasivo e sensível seria extremamente útil na condução desses casos. Objetivo: Avaliar a factibilidade e o desempenho de um método inédito e não invasivo de monitorização da PIC, como alternativa aos métodos invasivos, e correlacionar o diagnóstico clínico de EH aos achados morfológicos da PIC. Métodos: Trata-se de um estudo analítico transversal, conduzido em um hospital terciário e pioneiro na aplicação do equipamento BWS da brain4care®. A morfologia de pulso da PIC é paralela à arterial, onde existem três picos frequentes: pico de percussão (P1), pelo plasma extravasado pelo plexo coroide; onda de maré (P2), pelo grau de complacência intracraniana à reflexão de P1, e incisura dicrótica (P3), pelo fechamento da valva aórtica. A normalidade aponta P1>P2>P3. Esses picos determinam a complacência intracraniana através de sua relação com o volume sanguíneo cerebral, onde a relação de alturas P2/P1 >1 sugere uma morfologia patológica, com aumento sustentado da PIC e diminuição da complacência. Outra forma de avaliar isso seria por uma alteração no tempo até o pico (Time-to-Peak, TTP). Esses dados foram comparados entre pacientes sem e com quadro clínico indicativo de EH. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição pelo parecer número 5.493.775. Resultados: Foram avaliados 40 hepatopatas, dos quais, no momento da coleta, 20 não apresentavam quadro clínico de EH (59.5±9.3 anos; 70.0% masculinos) e 20 possuíam quadro clínico de EH (59.6±11.9 anos; 65.0% masculinos). Os grupos são demográfica, clínica e laboratorialmente semelhantes; e foram identificadas diferenças estatisticamente significantes nos padrões morfológicos da PIC entre os grupos avaliados, bem como tendências nos parâmetros. A diferença na relação P2/P1 não se mostrou significante (Mann Whitney: P bicaudal = 0.2978); porém TTP mostrou-se como um parâmetro com diferença estatisticamente significante entre os grupos (Mann Whitney: P bicaudal = 0.0282; diferença mediana = 0,04). A análise pela estatística C, por meio da curva ROC sugeriu como pontos de corte ótimos um P2/P1=1.31 (AUROC: 0.5975) e TTP = 0.22 (AUROC: 0.7013), onde a presença de EH em hepatopatas estaria associada à obtenção de parâmetros abaixo desses limiares. Conclusão: A utilização do sistema BWS da brain4care® mostrou-se factível para utilização em pacientes hepatopatas sem ou com quadro clínico de EH e foi capaz de diferenciá-los. As explicações fisiopatológicas, porém, necessitam ainda de maior casuística, face ao baixo poder amostral constatado, melhor entendimento do quadro hidrodinâmico intracerebral na encefalopatia hepática, heterogeneidade clínica e necessidade de seguimento em mais longo prazo, para conclusões definitivas. Contexto EH, , (EH) . (PIC) casos Objetivo invasivos Métodos Tratase Trata transversal brain4care braincare brain care arterial frequentes P1 (P1) coroide P2, P2 (P2) P3, P3 (P3) aórtica P1P2P3 PPP P1>P2>P3 cerebral P2P1 PP P2/P 1 > patológica TimetoPeak, TimetoPeak Time to Peak, Peak (Time-to-Peak TTP. TTP) 5493775 5 493 775 5.493.775 Resultados 4 quais coleta 2 59.5±9.3 59593 59 9 3 (59.5±9. anos 700 70 0 70.0 masculinos 59.6±11.9 596119 6 11 (59.6±11. 650 65 65.0 masculinos. demográfica semelhantes Mann Whitney 0.2978 02978 2978 0.2978) mostrouse 0.0282 00282 0282 0,04. 004 0,04 04 0,04) C P2P1131 31 P2/P1=1.3 AUROC (AUROC 0.5975 05975 5975 022 22 0.2 0.7013, 07013 0.7013 7013 0.7013) limiares Conclusão diferenciálos. diferenciálos diferenciá los. los diferenciá-los fisiopatológicas casuística constatado prazo definitivas (EH (PIC (P1 (P2 (P3 P1P2P P1>P2>P P2P 549377 49 77 5.493.77 59.5±9. 5959 (59.5±9 7 70. 59.6±11. 59611 (59.6±11 65. 0.297 0297 297 0.028 0028 028 00 0,0 P2P113 P2/P1=1. 0.597 0597 597 02 0. 0701 0.701 701 (P 54937 5.493.7 59.5±9 595 (59.5± 59.6±11 5961 (59.6±1 0.29 029 29 0.02 002 0, P2P11 P2/P1=1 0.59 059 070 0.70 5493 5.493. 59.5± (59.5 59.6±1 596 (59.6± 0.0 P2/P1= 0.5 05 07 0.7 549 5.493 59.5 (59. 59.6± (59.6 54 5.49 59. (59 59.6 5.4 (5 5. (
ABSTRACT Background: Liver diseases often occur with hepatic encephalopathy (HE), whose pathophysiology may involve increased intracranial pressure (ICP). Tools for monitoring ICP and its pulse morphology can be useful for assessing HE. The use of a non-invasive and sensitive procedure would be extremely useful in managing these cases. Objective: To evaluate the feasibility and performance of a new, non-invasive method of monitoring ICP, as an alternative to invasive methods, and to correlate the clinical diagnosis of HE with the morphological findings of ICP. Methods: This is a cross-sectional analytical study, conducted in a tertiary hospital and pioneer in the application of Brain4Care® BWS equipment. The ICP pulse morphology is parallel to the arterial one, where there are three frequent peaks: percussion peak (P1), due to plasma extravasated by the choroid plexus; tidal wave (P2), due to the degree of intracranial compliance to the reflection of P1, and dicrotic notch (P3), due to the closure of the aortic valve. Normality indicates P1>P2>P3. These peaks determine intracranial compliance through their relationship with cerebral blood volume, where P2/P1 ratio >1 suggests a pathological morphology, with a sustained increase in ICP and decreased compliance. Another way to evaluate this would be by a change in the time-to-peak (TTP). These data were compared between patients with and without clinical signs indicative of HE. The study was approved by the Institution’s Research Ethics Committee (number 5.493.775). Results: A total of 40 liver disease patients were evaluated, of which, at the time of collection, 20 did not have a clinical picture of HE (59.5±9.3 years; 70.0% male) and 20 had a clinical picture of HE (59.6±11.9 years; 65.0% male). The groups are demographically, clinically and laboratory similar; and statistically significant differences were identified in the morphological patterns of ICP between the groups evaluated, as well as trends in the parameters. The difference in the P2/P1 ratio was not significant (Mann Whitney: two-tailed P=0.2978); however, TTP proved to be a parameter with a statistically significant difference between the groups (Mann Whitney: two-tailed P=0.0282; median difference = 0.04). Analysis using the C statistic, using the ROC curve, suggested P2/P1=1.31 (AUROC: 0.5975) and TTP=0.22 (AUROC: 0.7013) as optimal cutoff points, where the presence of HE in liver disease patients would be associated with obtaining parameters below these thresholds. Conclusion: The brain4care® BWS system proved to be feasible for use in liver disease patients with or without clinical signs of hepatic encephalopathy and was able to differentiate them. Pathophysiological explanations, however, still require better causality explanation and understanding of the intracerebral hydrodynamic picture in hepatic encephalopathy. Given the low sample power found, new studies need better clinical heterogeneity and longer-term follow-up for definitive conclusions. Background HE, , (HE) . (ICP) noninvasive non cases Objective methods Methods crosssectional cross sectional Brain4Care BrainCare Brain Care equipment one P1 P (P1) plexus P2, P2 (P2) P3, P3 (P3) valve P1P2P3 PPP P1>P2>P3 volume P2P1 PP P2/P 1 > timetopeak TTP. (TTP) Institutions Institution s number 5.493.775. 5493775 5.493.775 5 493 775 5.493.775) Results 4 evaluated which collection 2 59.5±9.3 59593 59 9 3 (59.5±9. years 700 70 0 70.0 male 59.6±11.9 596119 6 11 (59.6±11. 650 65 65.0 male. demographically similar Mann Whitney twotailed two tailed P=0.2978 P02978 2978 P=0.2978) however P=0.0282 P00282 0282 0.04. 004 0.04 04 0.04) statistic curve P2P1131 31 P2/P1=1.3 AUROC (AUROC 0.5975 05975 5975 TTP022 22 TTP=0.2 0.7013 07013 7013 points thresholds Conclusion brain4care braincare brain care them explanations found longerterm longer term followup follow up conclusions (HE (ICP (P1 (P2 (P3 P1P2P P1>P2>P P2P (TTP 549377 5.493.77 49 77 59.5±9. 5959 (59.5±9 7 70. 59.6±11. 59611 (59.6±11 65. P=0.297 P0297 297 P=0.028 P0028 028 00 0.0 P2P113 P2/P1=1. 0.597 0597 597 TTP02 TTP=0. 0.701 0701 701 (P 54937 5.493.7 59.5±9 595 (59.5± 59.6±11 5961 (59.6±1 P=0.29 P029 29 P=0.02 P002 02 0. P2P11 P2/P1=1 0.59 059 TTP0 TTP=0 0.70 070 5493 5.493. 59.5± (59.5 59.6±1 596 (59.6± P=0.2 P02 P=0.0 P00 P2/P1= 0.5 05 TTP= 0.7 07 549 5.493 59.5 (59. 59.6± (59.6 P=0. P0 54 5.49 59. (59 59.6 P=0 5.4 (5 P= 5. (