A escritora francesa contemporânea Nathalie Quintane, em sua múltipla produção textual, aponta uma dimensão da formagem - nem forma, nem formação, a formagem corresponderia a uma experimentação: a produção assistida de uma experiência através da escrita. A formagem é uma encenação do começo (título de um de seus livros), num processo que a noção do quase (presente no título de outro de seus livros) pode ajudar a compreender. Em diferentes campos temático-discursivos, aparentemente externos ao que ainda entendemos por poético (o esporte, a infância, a linguística, a história e a fenomenologia do sapato, entre outros), trata-se de realizar uma apropriação através da escrita de algo que não se tem, num processo sem fim. O trabalho se propõe a acompanhar algumas dessas formagens no texto de Quintane, indagando-se sobre o valor político que elas podem assumir, no sentido de uma reflexão sobre o por-vir, tal como o entende Jacques Derrida.
The French contemporary writer Nathalie Quintane, in her multiple text production indicates a dimension of forming - neither form nor formation, forming corresponds to experimentation: the assisted production of an experience through writing. Forming is a staging of the beginning (title of one of her books), by a process which the notion of almost (found in the title of another of her books) could help to understand. In different thematic-discursive fields, apparently external to what we still understand as poetic (sport, childhood, linguistics, history and phenomenology of the shoe, amongst others), the point is to accomplish by writing an appropriation of something we don't have, in an endless process. This paper proposes to follow some of those formings in Quintane's text, asking about the political value they can assume, in the sense of a reflection on what is "to come", as Jacques Derrida defines it.
L'écrivain français contemporain Nathalie Quintane, dans sa multiple production textuelle, indique une dimension du formage - ni forme, ni formation, le formage correspond à une expérimentation: la production assistée d'une expérience par l'écriture. Le formage est une mise en scène du début (titre d'un de ses livres), dans un processus que la notion du quasi (présente dans le titre d'un autre de ses livres) aide à comprendre. Dans de différents champs thématique-discursifs, apparemment extérieurs à ce que l'on entend encore par poétique (le sport, l'enfance, la linguistique, l'histoire et la phénoménologie de la chaussure, entre autres), il s'agit d'accomplir à travers l'écriture l'appropriation de ce que l'on n'a pas, dans un processus sans fin. Ce travail se propose de suivre quelques-uns de ces formages chez Quintane, en interrogeant la valeur politique qu'ils peuvent assumer, dans le sens d'une réflexion sur l'à-venir, tel que l'entend Jacques Derrida.