As crianças são particularmente vulneráveis ao marketing. O estudo analisa as técnicas publicitárias e alegações nutricionais e de saúde nas embalagens de alimentos e avalia a qualidade nutricional de três categorias de alimentos: biscoitos, cereais matinais e sobremesas lácteas. O estudo descritivo analisou as técnicas de marketing e as alegações impressas nas embalagens de biscoitos, cereais matinais e sobremesas lácteas (n = 301) em uma das maiores cadeias de varejo da Argentina. Pesquisadores treinados codificaram os dados de acordo com uma versão adaptada do protocolo INFORMAS para levar em conta a regulamentação argentina de rotulagem de alimentos. A qualidade nutricional foi avaliada com os modelos de Perfil de Nutrientes da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS NPM) e da Organização Mundial da Saúde (OMS Euro NPM). Ao todo, 87% (n = 262) das amostras dos produtos apresentavam um conteúdo excessivo de pelo menos um ingrediente (os produtos “menos saudáveis”) de acordo com o OPAS NPM, enquanto 91% (n = 273) dos produtos não deveriam ser promovidos para crianças, de acordo com o OMS Euro NPM. Quase 40% dos produtos alimentícios menos saudáveis mostravam alegações nutricionais nas embalagens. Personagens conhecidos pelo público infantil, além do endosso de celebridades, que são particularmente atraentes para as crianças, foram destacados em 32% dos produtos menos saudáveis, e eram mais frequentes nos produtos menos saudáveis do que nos mais saudáveis. Os resultados indicam que as embalagens dos produtos alimentícios com menor valor nutritivo muitas vezes fazem uso de elementos poderosos de marketing na Argentina, deixando as crianças altamente vulneráveis à influência obesogênica. Muitas vezes o verdadeiro valor nutritivo dos produtos analisados não estava de acordo com as alegações de saúde nas embalagens. As políticas de rotulagem de alimentos devem ser melhoradas na Argentina para garantir a proteção da saúde da população inteira contra a publicidade enganosa.
As children are particularly vulnerable to marketing, this study analyzes marketing techniques and health/nutrition claims in food packaging and evaluates the nutritional quality in three food categories: sweet biscuits, breakfast cereals and dairy-based desserts. This descriptive study analyzed marketing techniques and claims included in food packaging (n = 301) in one of the largest retailers in Argentina. Trained researchers coded data following an adapted version of the INFORMAS protocol to account for local food packaging regulations. Nutritional quality was assessed using both Pan American Health Organization Nutrient Profile (PAHO NPM) and the WHO Regional Office for Europe Nutrient Profile (WHO Euro NPM) models. Under the PAHO model, 87% (n 262) of the product sample presented excess content of at least one nutrient (“less healthy” products), and 91% (n = 273) should not be marketed to children according to the WHO Euro model. Almost 40% of less healthy food products displayed nutrition claims on their package. Characters or celebrity endorsements, which are particularly attractive to children, featured in 32% of less healthy products, being more frequent in less healthy food products than in healthier ones. Results indicate that packaging for food products with low nutritional value often includes powerful marketing elements in Argentina, which renders young children very vulnerable to obesogenic influence. Moreover, the real nutritional value of the products analyzed were often at odds with the health claims shown on its package. Food labeling policies must be improved in Argentina to guarantee people’s health protection against deceptive advertising.
Los niños son particularmente vulnerables a la mercadotecnia; este estudio analiza las técnicas de mercadotecnia y la propaganda sobre salud/nutrición en los paquetes de comida, además de evaluar la calidad nutricional en tres categorías de comida: galletas dulces, cereales para el desayuno y postres lácteos. Este estudio descriptivo analizó las técnicas de mercadotecnia y propaganda incluida en los embalajes de galletas dulces, cereales para el desayuno y postres (n = 301) en uno de los distribuidores más grandes de Argentina. Investigadores cualificados codificaron los datos siguiendo una versión adaptada del protocolo INFORMAS, con el fin de evaluar la regulación respecto a los embalajes de comida local. La calidad nutricional fue evaluada usando tanto los modelos del Perfil Nutricional de la Organización Panamericana de la Salud (OPS NPM) y Organización Munidal de la Salud (OMS Euro NPM). Un 87% (n = 262) de la muestra del producto presentó un exceso de contenido de al menos un nutriente (productos “menos saludables”), según el OPS NPM, y un 91% (n = 273) de la muestra no debería haber sido etiquetada para niños, según el OMS Euro NPM. Casi un 40% de los productos menos saludables contaban con propaganda nutricional en sus embalajes. Personajes infantiles o el respaldo de famosos, que son particularmente atractivos para los niños, fueron destacados en un 32% de los productos menos sanos, y fueron más frecuentes entre los productos menos sanos que entre los más saludables. Los resultados indican que los embalajes de productos alimenticios con un valor nutricional bajo, a menudo incluyen elementos poderosos de mercadotecnia en Argentina, lo que provoca que los niños más jóvenes sean más vulnerables a la influencia obesogénica. Asimismo, el valor real nutricional de los productos analizados estuvo a menudo en conflicto con la propaganda sobre los beneficios para la salud mostrados en su embalaje. Las políticas de etiquetado deberían mejorar en Argentina para garantizar la protección a la salud de toda la población frente a la publicidad engañosa.