OBJETIVO: Foi avaliar a prevalência de Chlamydia trachomatis e os fatores de risco associados à infecção em amostras endocervicais de mulheres atendidas em ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia. MÉTODOS: Amostras de secreção endocervical de 200 mulheres atendidas em Hospital Universitário foram avaliadas para diagnosticar C. trachomatis com uso da reação em cadeia da polimerase (PCR) utilizando primers CT05/CT06 que amplificam 281 pares de bases da principal proteína de membrana externa de C. trachomatis. Todas as participantes responderam a um questionário pré-codificado e autoaplicável. Os dados foram analisados no programa do software SPSS 17.0; para a análise multivariada foi utilizada a regressão de Poisson. RESULTADOS: Das 200 mulheres que foram incluídas no estudo, a prevalência de infecção por C. trachomatis foi de 11% (22 pacientes) e destas 55 (27,5%) foram positivas para o HPV. Os fatores de risco associados à infecção por C. trachomatis foram: ter 8 anos ou menos de escolaridade (p<0,001), renda familiar de até 1 salário mínimo (p=0,005), primeira relação sexual com 15 anos ou menos (p=0,04) e ser portadora do vírus HIV (p<0,001). Após a análise multivariada, apenas as variáveis escolaridade igual ou inferior a oito anos (RP 6,0; IC95% 1,26 - 29,0; p=0,02) e presença do HIV (RP 14,1; IC95% 3,4 - 57,5; p<0,001) permaneceram significantes. CONCLUSÕES: A prevalência de C. trachomatis em amostras endocervicais pelo método de PCR foi de 11%. Os fatores associados à maior infecção por C. trachomatis foram menor escolaridade e ser portar o vírus HIV.
PURPOSE: It was to determine the prevalence of Chlamydia trachomatis and the risk factors associated with infection in endocervical specimens from women seen in outpatient Obstetrics and Gynecology. METHODS: Samples of endocervical secretion of 200 women treated at the University Hospital of the Federal University of Rio Grande were analyzed for the presence of C. trachomatis by polymerase chain reaction (PCR) using primers that amplify CT05/CT06 281 base pairs of the main outer membrane protein of C. trachomatis. All participants completed a pre-coded and self-report questionnaire. Data were analyzed with the SPSS 17.0 software; for multivariate analysis it was used Poisson regression. RESULTS: Of the 200 women who were included in the study, the prevalence of infection with C. trachomatis was 11% (22 patients) and these 55 (27.5%) were positive for HPV. Risk factors associated with infection by C. trachomatis were: 8 years or less of schooling (p<0.001), family income below the poverty level (p=0.005), first intercourse at age 15 or less (p=0.04) and being a carrier of the virus HIV (p<0.001). After multivariate analysis, only the variables of schooling or less than eight years (PR 6.0; 95%CI 1.26 - 29.0; p=0.02) and presence of HIV (RP 14.1; 95%CI 3.4 - 57.5; p<0.001) remained statistically significant. CONCLUSIONS: The prevalence of C. trachomatis in endocervical specimens by PCR was 11%. The factors associated with a higher infection by C. trachomatis were lower education and being HIV positive.