Resumo O objetivo deste estudo foi analisar a continuidade de cuidados nas Unidades de Saúde no município de Évora (Portugal), na perspetiva dos utentes. Trata-se de um estudo transversal, exploratório e descritivo de abordagem quantitativa, com uma amostra constituída por 342 utentes das unidades de saúde. O instrumento utilizado foi um questionário adaptado de estudos ingleses e espanhóis. Os resultados revelam que foram identificados elementos de continuidade ao nível das diferentes dimensões da continuidade de cuidados - relacional, de gestão, informação e de alguns itens da continuidade flexível. A continuidade longitudinal apresenta os valores mais baixos no atendimento de enfermagem. Como conclusão, destaca-se positivamente, e nas suas diferentes dimensões, a continuidade relacional em que a maioria dos utentes recomendam o seu médico de família e enfermeira a familiares e amigos e a continuidade flexível, que se traduz por reduzidos tempos de espera no atendimento por um médico ou enfermeiro e acessibilidade aos cuidados. Negativamente sobressai o fraco envolvimento do utente nos cuidados, pelos profissionais de saúde, numa das dimensões da continuidade relacional.
Abstract Continuity of care, in addition to ensuring improvement of the quality of care, contributes to the reduction of health costs. The objective of this study was to analyse the continuity of care in health units in the municipality of Évora (south of Portugal), from the perspective of users. This is across-sectional, exploratory and descriptive study with a quantitative approach, with a sample consisting of 342 users of health units. The instrument was a questionnaire adapted from English and Spanish studies. The results show that elements of continuity were identified in the different dimensions of the continuity of care - relational, management, information and some items of flexible continuity. Longitudinal continuity has the lowest values in nursing care. In conclusion, what stands out positively, and in its different dimensions, is relational continuity, in which most users recommend their family doctor and nurse to family and friends, and flexible continuity, which translates into reduced waiting times to be attended by a doctor or nurse and access to care. What stands out negatively is the weak involvement of the user in care by health professionals, in the dimensions of relational continuity.