Resumo Contexto O stent primário é uma opção de tratamento bem estabelecida para a doença arterial periférica em território femoropoplíteo. Estudos nacionais são escassos. Objetivos Avaliar desfechos clínicos e radiológicos em curto e médio prazo em pacientes classificados como Rutherford 3-6, tratados com o uso de stent em lesões femoropoplíteas. Métodos A análise foi realizada com base em um banco de dados prospectivamente mantido de doentes tratados entre julho de 2012 e julho de 2015. O objetivo primário foi a perviedade. Os objetivos secundários foram melhora na classificação de Rutherford, índice tornozelo/braço, revascularização do vaso-alvo, taxa de salvamento do membro e óbito em até 24 meses. Resultados Foram incluídos 64 pacientes, sendo 61 com lesões TASC II A/B (95%). A taxa de perviedade primária em 6, 12 e 24 meses foi de 95,2%, 79,1% e 57,9%, respectivamente. A análise de regressão de Cox revelou uma menor perviedade em pacientes com doença oclusiva (RR, 6,64, IC 95%, 1,52-28,99, p = 0,02), bem como uma perda de perviedade cerca de seis vezes maior em doentes TASC B do que TASC A (RR, 5,95, IC 95%, 1,67-21,3, p = 0,0061). Em 12 meses, 90,38% dos doentes permaneceram assintomáticos. A taxa de salvamento do membro em 24 meses foi de 94,3% (IC 95%, 87,9-100%). A ausência de revascularização do vaso-alvo em 24 meses foi de 90,5% (IC 95%, 82,8-98,9%). Conclusões Os resultados foram compatíveis com estudos internacionais, apesar do estágio mais avançado da doença vascular observada em nosso grupo. Piores desfechos foram associados a doença oclusiva e lesões complexas.
Abstract Background Primary stenting is a well-established treatment option for femoropopliteal arterial obstructive disease. There is a shortage of Brazilian studies of the subject. Objectives To evaluate short and mid-term clinical and radiological outcomes in patients classified as Rutherford 3-6 and treated with stenting of femoropopliteal lesions. Methods Analysis based on a prospectively populated database of patients treated from July 2012 to July 2015. The primary endpoint was primary patency. Secondary endpoints were clinical and ankle/brachial index changes. Target Vessel Revascularization, limb salvage rate and death, within a 24-month follow-up period. Results 64 patients were enrolled, including 61 TASC II A / B lesions (95%). The primary patency rates at 6, 12, and 24 months were 95.2%, 79.1% and 57.9%, respectively. Cox regression analysis revealed lower patency rates in patients with occlusive disease (hazard ratio [HR], 6.64; 95% confidence interval [CI], 1.52-28,99, p = 0.02), as well as patency loss about 6 times higher in TASC B than in TASC A patients ([HR], 5.95, 95% CI, 1.67-21.3, p = 0.0061). At 12 months, 90.38% of the patients remained asymptomatic. The limb salvage rate at 24 months was 94.3% (95% CI, 87.9-100%). Freedom from TVR at 24 months was 90.5% (95% CI 82.8-98.9%). Conclusions Results of primary patency were compatible with international studies, despite the more advanced stage of the vascular disease observed in our group. Occlusive disease and complex lesions were both associated with worse outcomes.