Com o objetivo de identificar a prevalência de sintomas depressivos e examinar fatores associados em uma população adulta do sul do Brasil, foi realizado um estudo transversal de base populacional, incluindo 972 indivíduos, de ambos os sexos, idade entre 20 e 69 anos, moradores na zona urbana da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. A seleção amostral teve os setores censitários do município como unidades amostrais primárias e os domicílios como unidades secundárias. O questionário incluiu variáveis socioeconômicas, comportamentais e nutricionais. As prevalências dos sintomas depressivos tristeza, ansiedade, falta de energia, falta de disposição, pensar no passado e preferir ficar em casa, na população de Pelotas, foram, respectivamente, de 29,4%, 57,6%, 37,4%, 40,4%, 33,8% e 54,3%. Concluiu-se que as prevalências de sintomas depressivos foram elevadas e os indivíduos do sexo feminino, idade avançada, fumantes e obesos mostraram-se associadas à maioria dos desfechos. A depressão é um importante problema de saúde publica e o conhecimento de como a sintomatologia depressiva se distribui na população e os fatores associados à sua presença podem ajudar no melhor entendimento da fenomenologia dos transtornos depressivos e a traçar estratégias de prevenção e intervenção.
To identify the prevalence of depressive symptoms and examine associated factors in a Southern Brazilian adult population, a cross-sectional population-based study was carried out, including 972 subjects, men and women, aged 20 to 69 years, living in the urban area of Pelotas, Rio Grande do Sul. The sampling strategy relied on the census tracts of the city as primary sampling units and households as the secondary units. The questionnaire included socio-demographic, behavioral and nutritional variables. The prevalence of sadness, anxiety, loss of energy, lack of will to do things, thinking about the past, and wishing to stay at home were 29.4%, 57.6%, 37.4%, 40.4%, 33.8%, and 54.3%, respectively. Female gender, older ages, smokers and obese individuals showed association with depressive symptoms. Population-based studies using longitudinal designs may help to clarify the relationship between biopsychosocial variables and depressive symptoms.