INTRODUÇÃO: A doença meningocócica (DM) continua merecendo avaliações quanto a sua multicausalidade endêmica e epidêmica e seu comportamento evolutivo, nos diferentes locais. MATERIAL E MÉTODOS: Partindo da padronização da investigação epidemiológica da DM no Município do Rio de Janeiro a partir da epidemia da década de 70, foram analisados 4.155 casos notificados de 1976 a 1994, através de estudo retrospectivo, descritivo e analítico, com base nas fichas de investigação epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. Os testes utilizados para análise estatística foram: o chi², o de Wilcoxon-Mann-Whitney e de Kruskal-Wallis. RESULTADOS: O estudo resultou na definição de três períodos, classificados como pós-epidêmico (1976/79), endêmico (1980/86) e epidêmico (1987/94), diferenciados pelas taxas de incidência e pelo sorogrupo do meningococo predominante. As taxas de incidência médias por período no município foram, respectivamente, de 3,51; 1,67 e 6,53 casos/100.000 habitantes. Os sorogrupos A e C predominaram no período pós-epidêmico, o B e o A no endêmico e o B no epidêmico. A letalidade média praticamente não se modificou no decorrer do tempo, mas variou segundo o hospital de internação, tendo sido sempre menor no hospital estadual de referência em relação aos demais públicos e privados. CONCLUSÃO: As maiores taxas de incidência e letalidade corresponderam aos menores de um ano e o risco de adoecer foi maior no sexo masculino. Os maiores coeficientes de incidência tenderam a ocorrer nas mesmas áreas do município, nos três períodos epidemiológicos, e a população que reside em favelas teve um risco de adoecimento duas vezes maior.
INTRODUCTION: Meningococcal disease continues to warrant assessment as to its endemic and epidemic multicausality and temporal trends in various locations. MATERIAL AND METHOD: Based on a standardization of epidemiological investigation of meningococcal disease in the municipality of Rio de Janeiro county, Southeastern Brazil, as from epidemic of the 1970s a study to characterized the epidemiological characteristics of the disease, was realized. The total of 4,155 cases reported between 1976 and 1994 were analyzed in a retrospective, descriptive, and analytical study, using the epidemiological investigation forms issued by the Municipal Health Secretariat. Statistical analysis was performed using the chi², Wilcoxon-Mann-Whitney, and Kruskal-Wallis tests. RESULTS: The study resulted in the definition of three periods, classified as post-epidemic (1976-79), endemic (1980-86), and epidemic (1987-94), differentiated by the incidence rates and the predominant meningococcal serogroup. The mean incidence rates per period in the municipality were 3.51, 1.67, and 6.53 cases/100,000 inhabitants, respectively. Serogroups A and C predominated during the post-epidemic period, B and A in the endemic, and B in the epidemic. CONCLUSION: The mean case fatality rate remained virtually unchanged over time, but it varied by hospital, and during all three periods was lower in the State government reference hospital than in the other hospitals, whetter public or private. The highest incidence and case fatality rates were associated with patients under one year of age, and the risk of acquiring the disease was greater among males. The highest incidence coefficients tended to occur in the same areas of the conunty during the three epidemiological periods, and the shanty-town population was at twice the risk of acquiring the disease.