Resumo: Objetivo: Determinar a prevalência de insegurança alimentar e identificar fatores socioeconômicos associados à sua ocorrência em famílias com crianças menores de cinco anos do município de Campina Grande, Paraíba. Métodos: Estudo transversal que envolveu 793 famílias com crianças assistidas em creches públicas municipais de Campina Grande, Paraíba. Foram contempladas variáveis socioeconômicas domiciliares analisadas como possíveis preditores da insegurança alimentar leve e da insegurança alimentar moderada/grave. Para a avaliação da segurança alimentar e nutricional das famílias foi utilizada a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Resultados: A insegurança alimentar leve foi caracterizada em 37,6% das famílias e a insegurança alimentar moderada/grave atingiu 31,6% dos domicílios. Com relação às variáveis socioeconômicas domiciliares, nenhuma delas apresentou associação com a insegurança alimentar leve. Enquanto isso, maiores prevalências de insegurança alimentar moderada/grave, em relação às categorias de referência, estiveram presentes nos domicílios sem tratamento da água para beber, com outro tipo de sanitário que não individual com descarga, em famílias mais numerosas e sem geladeira. Ser beneficiário ou não do Programa Bolsa Família não representou um fator associado à insegurança alimentar. Conclusões: Os resultados mostram taxas elevadas de insegurança alimentar cujos graus mais graves relacionam-se a fatores dependentes do poder aquisitivo das famílias, indicando um grande desafio para as mesmas.
Abstract: Objective: To estimate the prevalence and identify the socioeconomic risk factors for food insecurity in households with children under five years in the city of Campina Grande, Paraíba. Methods: This cross-sectional study involved 793 families with children assisted in municipal day care centers in Campina Grande, Paraíba, Brazil. Household socioeconomic variables were analyzed as the possible predictors of mild food insecurity and moderate/severe food insecurity. For the evaluation of food and nutrition security of households, the Brazilian Food Insecurity Scale was used. Results: Mild food insecurity was characterized in 37.6% of families, and moderate/severe food insecurity affected 31.6% of households. Regarding the household socioeconomic variables, none was associated with mild food insecurity. Meanwhile, the highest prevalence of moderate/severe food insecurity, when compared with reference categories, was present in households without water treatment for drinking purposes, with toilets that are not flushable and individual, with larger families, and without a refrigerator. Being a beneficiary, or not, of the social welfare program "Bolsa Familia" did not represent a factor associated with food insecurity. Conclusions: The results show high rates of food insecurity with the most severe degrees being related to factors dependent on the family purchasing power, indicating a major challenge for them.