A incrustação biológica constitui, historicamente, um dos maiores problemas encontrados pelo homem em suas atividades no mar. A busca por alternativas a tintas antiincrustantes contendo tributilestanho (TBT) tem levado diversos pesquisadores a concentrar esforços no desenvolvimento de substâncias naturais menos danosas à biota marinha. Este trabalho procurou contribuir com essa busca, testando o potencial antiincrustante de quatro diferentes espécies de macroalgas da Praia Branca, município de Guarujá, SP. Através de testes antiincrustantes em laboratório utilizando a fixação de um organismo incrustante comum, o mexilhão Perna perna, foi constatado que os extratos de Jania rubens (Rhodophyta, Cryptonemiales) e Bryothamnion seaforthii (Rhodophyta, Ceramiales), à concentração natural, apresentaram atividade antiincrustante significativa (p < 0,05), enquanto Dictyopteris delicatula (Phaeophyta, Dictyotales) e Heterosiphonia gibbesii (Rhodophyta, Ceramiales) não demonstraram eficiência na inibição da fixação de bissos do molusco. Das algas que indicaram potencial atividade contra a incrustação, J. rubens apresentou melhor desempenho em relação a B. seaforthii. Futuras investigações em campo serão necessárias para a obtenção de resultados que possam refletir melhor as condições naturais, bem como avaliar o espectro de ação da atividade antiincrustante observada. A purificação guiada por bioensaios dos extratos ativos poderá levar a novas alternativas para os antiincrustantes metálicos atualmente em uso.
Marine biofouling historically constitutes one of the major constraints faced by mankind in its oceanic activities. The search for alternatives to TBT-based antifouling paints has led several researchers to focus efforts in the development of environmentally friendly natural compounds. This work has contributed with this search, testing the antifouling potential of crude organic extracts from four seaweed species collected at Praia Branca, Guarujá district, São Paulo, Brazil. Throughout laboratory antifouling assays in which the attachment of a common fouling organism, the brown mussel Perna perna, was employed, antifouling activity (p < 0.05) was detected in natural concentrations of the extracts of Jania rubens (Rhodophyta, Cryptonemiales) and Bryothamnion seaforthii (Rhodophyta, Ceramiales), while Dictyopteris delicatula (Phaeophyta, Dictyotales) and Heterosiphonia gibbesii (Rhodophyta, Ceramiales) did not exhibit fouling inhibition. From the algae that exhibited antifouling activity, J. rubens presented best performance when compared to that of B. seaforthii. Future field studies would be necessary to obtain results that can better reflect natural conditions, as well as to assess the activity spectrum of the antifouling activity presently recorded. Further bioassay-guided purification of the active extracts can lead to new alternatives to the metal-based antifouling paints currently in use.