OBJETIVO: Analisar espacialmente a transmissão de dengue entre setembro de 1990 e agosto de 2002 em cidade de porte médio do interior paulista. MÉTODOS: Utilizaram-se casos autóctones confirmados laboratorialmente e dados populacionais de São José do Rio Preto, obtidos da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e da Prefeitura Municipal. Os casos foram geocodificados a partir do eixo de logradouros e agrupados segundo os 432 setores censitários do município, resultando em mapas temáticos. RESULTADOS: Notou-se tendência ascendente das incidências anuais com pico em 2000/2001. Entre 1990 e 1994 a duração da transmissão atingiu, no máximo, cinco meses em cada período, com aumento nos anos seguintes. No último período, ocorreu nos 12 meses, sem interrupção. A análise do período de maior incidência mostrou que a transmissão não ocorreu uniformemente. Enquanto 29% dos setores registraram incidências inferiores a mil casos por 100 mil habitantes, 5% deles ultrapassaram os cinco mil casos. CONCLUSÕES: Observou-se o processo da endemização, com transmissão durante todo o ano, sem a necessidade de introdutores. A característica endêmica da transmissão e a ocorrência diferenciada segundo áreas devem ser levadas em conta na estruturação de estratégias para o controle de dengue.
OBJECTIVE: To perform spatial analysis on dengue transmission in a medium-sized city in the interior of the State of São Paulo, Brazil, covering the period from September 1990 to August 2002. METHODS: Autochthonous cases with confirmation by laboratory tests were utilized. Population data on the city of São José do Rio Preto were obtained from the Brazilian Institute for Geography and Statistics and the municipal authorities. The cases were georeferenced according to street addresses and clustered according to the 432 census tracts in the municipality, thus resulting in thematic maps. RESULTS: A rising trend in annual incidence was noted, with a peak in 2000/2001. From 1990 to 1994 the length of the transmission period reached a maximum of five months per year. This period increased in length over subsequent years. In the final year investigated, transmission occurred in all twelve months, without interruptions. Analysis of the period of highest incidence showed that the transmission did not occur uniformly. While 29% of the tracts registered incidences of less than 1,000 cases per 100,000 inhabitants, 5% of them had more than 5,000 cases. CONCLUSIONS: A process of increasing endemicity was observed, with transmission throughout the year, without the need for virus introducers. The endemic characteristic of the transmission and the differentiated occurrence according to areas need to be taken into account when developing strategies for dengue control.