RESUMO A pesquisa examina os métodos de criminalização do protesto social que se exercem por meio da mídia, como sistemas simbólicos de construção da realidade que favorecem o controle e a reprodução da ordem social. A partir do estudo de caso da marcha feminista de 8 de março de 2020 na Espanha são analisados os enquadramentos feitos pelos jornais El País, El Mundo, La Vanguardia, ABC e La Razón em suas produções informativas. O período de observação vai de 7 de março a 21 de junho de 2020, quando terminou o primeiro estado de alarme declarado pelo governo espanhol para o combate à pandemia de covid-19. Os resultados mostram que para além das linhas editoriais e ideológicas desses meios de comunicação, o protesto feminista foi demonizado principalmente pelo enquadramento identificado nos textos, por meio da construção de uma ideia geral de responsabilidade na disseminação do vírus.
ABSTRACT The research examines the methods in which social protest is criminalized through the media, as symbolic systems for the construction of reality that favor the control and reproduction of the social order. Based on the case study of the feminist demonstration on March 8, 2020, in Spain, the framing made by the newspapers El País, El Mundo, La Vanguardia, ABC and La Razón in their informative productions are analyzed. The observation period is between March 7 and June 21, 2020, when the first alarm state declared by the Spanish Government to fight the covid-19 pandemic ended. The results show that beyond the editorial and ideological lines of these media, the feminist protest was mainly demonized by the framing identified in the texts, through the construction of a general idea of responsibility in the spread of the virus.
RESUMEN A pesquisa examina os métodos de criminalização do protesto social que se exercem por meio da mídia, como sistemas simbólicos de construção da realidade que favorecem o controle e a reprodução da ordem social. A partir do estudo de caso da marcha feminista de 8 de março de 2020 na Espanha são analisados os enquadramentos feitos pelos jornais El País, El Mundo, La Vanguardia, ABC e La Razón em suas produções informativas. O período de observação vai de 7 de março a 21 de junho de 2020, quando terminou o primeiro estado de alarme declarado pelo governo espanhol para o combate à pandemia de covid-19. Os resultados mostram que para além das linhas editoriais e ideológicas desses meios de comunicação, o protesto feminista foi demonizado principalmente pelo enquadramento identificado nos textos, por meio da construção de uma ideia geral de responsabilidade na disseminação do vírus.