INTRODUÇÃO: Terapias de indução são usualmente utilizadas em receptores sensibilizados contra antígenos HLA, retransplantes e pacientes com risco de apresentar função tardia do enxerto (FTE). MÉTODO: Estudo retrospectivo com objetivo de avaliar os desfechos do transplante renal com doador falecido em pacientes que receberam indução com alentuzumabe (n = 9). Os pacientes do grupo controle, pareados conforme idade do receptor, tempo em diálise e tempo de isquemia fria, receberam timoglobulina (n = 18). RESULTADOS: Não houve diferença nas características demográficas entre os grupos. A idade média dos receptores foi de 47 anos e dos doadores, de 59 anos. Entre os doadores, 67% apresentavam critério expandido. A incidência de FTE foi de 55% e 56%, respectivamente. Ao final do primeiro ano, não houve diferença nas sobrevidas livre de rejeição aguda comprovada por biópsia (67,0% e 84,6%, p = 0,26), do paciente (83,3% e 81,2%; p = 0,63), do enxerto (62,5% e 66,7%; p = 0,82), do enxerto com óbito censorado (62,5% e 76,6%; p = 0,73) e na função renal (depuração de creatinina: 61,6 ± 18,2 versus 52,7 ± 26,1 mL/min, p = 0,503). Houve maior redução na contagem de linfócitos no sangue periférico no grupo alentuzumabe (dia 14:172 ± 129 versus 390 ± 195 N/mm³, p < 0,05; dia 30: 135 ± 78 versus 263±112 N/mm³, p < 0,05), porém com retorno mais rápido a valores normais após o transplante (dia 90: 683 ± 367 versus 282 ± 72 N/mm³, p < 0,05; dia 360: 1269 ± 806 versus 690±444 N/mm³, p < 0,05). O custo do tratamento com alentuzumabe foi de R$ 1.388,00, enquanto que o custo médio com timoglobulina foi de R$ 7.398,00. CONCLUSÃO: Essa experiência com alentuzumabe não demonstrou eficácia e/ou segurança superiores aos regimes com timoglobulina, apesar do custo ser em média cinco vezes menor.
INTRODUCTION: Induction therapy has been used in sensitized patients, re-transplants, and in patients who have high risk to delayed graft function (DGF) after renal transplantation. METHODS: Retrospective study with aim to compare transplant endpoints between recipients of deceased donors which have received induction with alemtuzumab (n = 9) versus thymoglobulin (n = 18). Patients were matched for age, duration of dialysis treatment and cold ischemia time. RESULTS: There were no differences at demographic characteristics. All patients received kidney grafts from deceased donors and 67% of these donors met the expanded criteria. The incidence of DFG was similar in alemtuzumab and thymoglobulin groups, 55% and 56%. At 12 months, rates of rejection free survival (67% versus 89%, p = 0,13), graft survival (62,5% versus 76,6%; p = 0,73), graft with death censored (62,5% versus 76,6%; p = 0,82) and patient survival (83,3% versus 81,2%; p = 0,63) were similar between the two groups. Viral infections and renal function were similar between groups. At the end of the first month, alemtuzumab patients displayed a fewer lymphocyte number (135 ± 78 versus 263 ± 112 N/mm³, p < 0,05) followed by a more rapid recovery after 3 months (day 90: 683 ± 367 versus 282 ± 72 N/mm³; p < 0,05). Cost associated with alemtuzumab and thymoglobulin inductions therapies were R$ 1,388.00 and R$ 7,398.00. CONCLUSION: In this cohort of patients, alemtuzumab induction showed efficacy and safety comparable to thymoglobulin but with significant cost reduction.