Resumo Objetivo Desenvolver uma diretriz clínica híbrida para atendimento pré-natal de baixo risco, mesclando consultas presenciais e remotas por telemedicina, adapta às recomendações brasileiras. Métodos Revisão sistemática da literatura nas bases de dados PubMed, Embase e Cochrane e adaptação dos protocolos de atenção ao pré-natal de baixo risco preconizados pelo Ministério da Saúde e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Resultados Cinco artigos relevantes e três manuais foram incluídos na revisão por preencherem critérios para o desenvolvimento desta diretriz clínica. Nos estudos incluídos, identificou-se que o cronograma de consultas se distribui de forma desigual entre os trimestres gestacionais, variando entre 07 e 14 encontros. De forma geral, os autores propõem uma a duas consultas no primeiro trimestre, duas a três consultas no segundo trimestre e duas a seis consultas no terceiro trimestre. Somente três estudos incluíram avaliações puerperais. A rotina de exames preconizada apresenta mínimas variações entre os autores. Até o momento, não existem protocolos brasileiros validados para atendimento pré-natal por telemedicina. Os estudos incluídos evidenciaram a satisfação das gestantes em relação a esta forma de atendimento, e os desfechos de interesse, excetuando doenças hipertensivas, foi semelhante entre os grupos expostos ao pré-natal tradicional e ao pré-natal híbrido. Conclusão A diretriz apresentada contempla as recomendações do Ministério da Saúde para atendimento pré-natal de gestantes de baixo risco, reduz a exposição ao ambiente hospitalar e os custos de atendimento. Seu emprego em um ensaio clínico randomizado, a ser desenvolvido por este grupo, proporcionará dados de mundo real, relativos à segurança, efetividade, satisfação e custos.
Abstract Objective To develop a protocol for hybrid low-risk prenatal care adapted to Brazilian guidelines, merging reduced face-to-face consultations and remote monitoring. Methods The PubMed, Embase, and Cochrane Library databases were systematically searched on telemedicine and antenatal care perspectives and adaptation of the low-risk prenatal care protocols recommended by the Ministry of Health and by the Brazilian Federation of Gynecology and Obstetrics Associations. Results Five relevant articles and three manuals were included in the review, for presented criteria to develop this clinical guideline. We identified, in these studies, that the schedule of consultations is unevenly distributed among the gestational trimesters, and ranges from 7 to 14 appointments. In general, the authors propose one to two appointments in the first trimester, two to three appointments in the second trimester, and two to six appointments in the third trimester. Only three studies included puerperal evaluations. The routine exams recommended show minimal variations among authors. To date, there are no validated Brazilian protocols for prenatal care by telemedicine. The included studies showed that pregnant women were satisfied with this form of care, and the outcomes of interest, except for hypertensive diseases, were similar between the groups exposed to traditional and hybrid prenatal care. Conclusion The presented guideline comprises the Ministry of Health recommendations for low-risk prenatal care and reduces exposure to the hospital environment and care costs. A randomized clinical trial, to be developed by this group, will provide real-world data on safety, effectiveness, satisfaction, and costs.