INTRODUÇÃO: As lesões bucais e peribucais são comuns nos pacientes infectados pelo vírus HIV e podem representar os primeiros sinais da doença, antes mesmo das manifestações sistêmicas. OBJETIVO: Este estudo objetivou estimar a prevalência de manifestações bucais em indivíduos soropositivos para o HIV, considerando aspectos sociodemográficos, imunológicos e terapêuticos. MATERIAL E MÉTODO: Foi realizado um estudo de natureza clínico-epidemiológica transversal, entre outubro de 2007 e abril de 2008, com amostra composta por 40 pacientes. Utilizou-se a técnica de observação direta intensiva por meio de exame clínico apropriado. Os dados foram registrados em fichas pré-elaboradas e analisados por estatística descritiva e inferencial. RESULTADO: Verificou-se a prevalência do gênero feminino (52,5%), na faixa etária de 40 a 49 anos (45%). O tratamento com antirretrovirais foi constatado em 85,0% dos casos, sendo todos com terapia de alta potência (HAART). Observou-se que 52,5% dos pacientes apresentaram a contagem de linfócitos TCD4+ acima de 500cél/mm³ e 50,0% apresentaram carga viral indetectável. A prevalência das manifestações bucais foi 42,5%, sendo a mais expressiva a candidose pseudomembranosa (19,23%), seguida da periodontite úlcero-necrosante (15,38%), da leucoplasia pilosa (11,54%) e da queilite angular (11,54%). Não foi verificada associação entre manifestações bucais e carga viral (p=0,1268), nem com o número de células T CD4 (p=0,3458). CONCLUSÃO: A prevalência de algumas manifestações bucais associadas à infecção pelo HIV ainda é alta, sendo a candidose pseudomembranosa a infecção mais prevalente, principalmente entre pessoas com baixo nível de escolaridade e maior tempo de infecção pelo vírus HIV, independentemente da terapia utilizada e do estado imunológico do paciente.
INTRODUCTION: The oral and perioral lesions are common in patients infected with HIV, and may represent the first signs of the disease, even before the systemic manifestations. OBJECTIVE : This study aimed to estimate the prevalence of oral manifestations in HIV seropositive individuals, considering the aspects socio-demographic, immunological and therapeutic. MATERIAL AND METHOD: Was performed nature study clinical-epidemiological transverse, between October 2007 to April 2008, with a sample of 40 patients. Was used the technique of intensive direct observation through appropriate clinical exam. Data were recorded on data sheets pre-prepared and analyzed by descriptive and inferential statistics. RESULT: There was a prevalence of females (52.5%), aged 40-49 years (45%). Treatment with antiretroviral drugs was found in 85.0% of cases, all being with high power therapy (HAART). It was observed that 52.5% of patients had a TCD4+ lymphocyte count above 500cél/mm ³ and 50.0% had an undetectable viral load. The prevalence of oral manifestations was 42.5%, the most significant for pseudomembranous candidiasis (19.23%), followed necrotizing ulcerative periodontitis (15.38%), hairy leukoplakia (11.54%) and angular cheilitis (11.54%). No association was observed between oral lesions and viral load (p=0.1268) nor the TCD4 cell count (p=0.3458). CONCLUSION: Prevalence of some oral manifestations associated with HIV infection is still high, with pseudomembranous candidiasis infection more prevalent, mainly among people with low education levels and longer HIV infection, independent of the therapy and immune status of the patient.