This article describes harassment practices in higher education and explains why they are taken for granted, besides documenting forms of resistance reported by some students and professors. From January 2016 to March 2017, nine in-depth interviews were held with students who had experienced harassment at a public school of law in Mexico City, Mexico, besides interviews with three male students and two female professors. The findings suggest that some professors harass selectively, based on dress codes associated with gender stereotypes. Harassment can be viewed as an exemplary punishment with corrective purposes, or part of school discipline and the formation of female students’ identity at the institution. The study also detected forms of heteronormative vigilance that take harassment for granted, to the degree that some female students consider it part of a lifestyle to which they have to adapt in order to complete their studies. Other female students have found ways of denouncing harassment, through informal strategies by which they have contributed to exposing and denaturalizing this gender violence. For example, some professors have ordered female students to wear skirts when taking exams, but this order is not always obeyed, and the students that have refused have organized resistance movements. Thus far there has been no intervention by the university administration to guarantee harassment-free spaces for women, which highlights the need to create guidelines and rules for higher education that allow typifying such acts as serious offenses and preventing sexual harassment.
En este artículo se describen algunas prácticas de acoso en educación superior y se explica por qué se naturalizan. También se documentan las formas de resistencia narradas por algunas estudiantes y profesoras. Entre enero de 2016 y marzo de 2017 se hicieron nueve entrevistas en profundidad con estudiantes que experimentaron acoso en una escuela pública que imparte la carrera de leyes en la Ciudad de México, México, además se entrevistaron a tres estudiantes varones y a dos profesoras. Los hallazgos sugieren que algunos profesores acosan selectivamente, con base en códigos de vestir relacionados con los estereotipos de género. El acoso puede ser visto como un castigo ejemplar, pues tiene fines correctivos, es decir, es parte de la disciplina escolar y de la formación identitaria de las estudiantes en esta institución. También se detectaron formas de vigilancia heteronormativa que naturalizan el acoso, al punto en que algunas lo consideran parte de un modo de vida al que hay que adaptarse para poder concluir los estudios. Otras han encontrado maneras de denunciar, a través de estrategias informales, con las que han contribuido a visibilizar y desnaturalizar esta violencia de género. Por ejemplo, algunos docentes establecen el uso de falda como requisito para presentar exámenes, sin embargo, este mandato no siempre es acatado por las estudiantes y quienes se niegan a obedecer han organizado movimientos de resistencia estudiantiles. Hasta ahora no existe una intervención de las autoridades que garantice a las mujeres espacios libres de acoso, esto hace evidente la necesidad de crear estatutos y reglamentos en educación superior que permitan definir estos delitos como graves, para así prevenir el acoso sexual.
Este artigo descreve algumas práticas de assédio no ensino superior e explica por que estão se naturalizando. Também se documentaram as formas de resistência narradas por algumas estudantes universitárias e professoras. Entre janeiro de 2016 e março de 2017 foram realizadas nove entrevistas em profundidade com estudantes universitárias que vivenciaram situações de assédio na faculdade pública de direito na Cidade do México, México, além de três estudantes homens e duas professoras. Delas se desprende que determinados professores assediam seletivamente, com base em códigos vestimentários relacionados com os estereótipos de gênero. O assédio pode ser visto como um castigo exemplar, tendo um propósito corretivo, isto é, seria parte da disciplina escolar e da formação identitária das universitárias daquela instituição. Também foram detectadas formas de vigilância heteronormativa que naturalizam o assédio a ponto de algumas considerá-lo parte de um modo de vida ao que precisam se adequar para conseguir concluir os estudos. Outras encontraram formas de denunciar, por meio de estratégias informais, pelas quais contribuíram para dar visibilidade e desnaturalizar esta violência de gênero. Por exemplo, apesar de alguns docentes determinarem o uso de saia como requisito para fazer as provas, nem todas as universitárias acatam tal exigência e as que recusam organizaram movimentos de resistência estudantil. Até agora, não houve qualquer ação por parte das autoridades, no sentido de garantir às mulheres espaços livres de assédio, o que realça ainda mais a necessidade de criar estatutos e regulamentos no ensino superior que tipifiquem tais delitos como graves, de modo a coibir o assédio sexual.