INTRODUÇÃO: Tendo em vista as mudanças freqüentes do mercado de medicamentos que influenciam o padrão de prescrição e automedicação, realizou-se estudo para conhecer a utilização de medicamentos entre mulheres durante a gravidez. MÉTODOS: Em um estudo retrospectivo sobre o padrão do uso de medicamentos durante a gravidez realizado em um hospital-escola de Campinas, SP, 1.000 puérperas foram entrevistadas após o parto, ainda no hospital, por meio de um questionário estruturado. Foram registrados: características sociodemográficas, antecedentes obstétricos e de contracepção, dados sobre assistência pré-natal e sobre uso de medicamentos na gravidez. Para análise estatística dos dados, foram utilizados Anova e qui-quadrado considerando o nível de significância (sinal de menor a 0,05). RESULTADOS: Das entrevistadas, 94,6% tomaram pelo menos um medicamento durante a gravidez, e 46,1% das pacientes utilizaram medicamentos no primeiro trimestre. Dos 3.778 itens de medicamentos relatados, 88,8% foram prescritos por médico. A mediana de medicamentos utilizados foi de 3 (0-18). As seis classes de medicamentos mais usados foram: analgésicos, antiespasmódicos, antiinfecciosos ginecológicos, antianêmicos, antiácidos e antibióticos sistêmicos. Os cinco medicamentos mais utilizados foram: butilescopolamina, sulfato ferroso, dipirona, nistatina e multivitaminas. Apenas 27,7% das pacientes haviam sido alertadas para o risco de utilizar medicamentos na gravidez. CONCLUSÃO: Conhecer o perfil dos medicamentos usados na gravidez pode ajudar a planejar programas de esclarecimento para pacientes e de educação continuada para profissionais de saúde.
INTRODUCTION: Few Brazilian papers on the use of medication in pregnancy have been found in the indexed medical literature. This paper describes the use of medication during pregnancy among women who gave birth in a teaching maternity hospital in the city of Campinas, Brazil. METHODS: A retrospective study on the pattern of drug use during pregnancy was conducted among 1,000 mothers who were interviewed using a structured questionnaire after delivery, while they were still in hospital. The following parameters were registered: sociodemographic characteristics, obstetric and contraceptive history, data on prenatal care and medications used during pregnancy. Statistical analysis was performed using ANOVA and chi-square test at p = 0.05. RESULTS: Among the interviewed patients, 94.6% had taken at least one medication during pregnancy, and 46.1% had used medication in the first trimester. Of 3,778 medications reported, 88.8% had been prescribed by a doctor. The median of medications taken was 3 (ranging from 0 to 18). The six most used classes of medications were: analgesics, spasmolytics, gynecological antiinfectious agents, antianemics, antacids and systemic antibiotics. The five most used medications were: butyl scopolamine, ferrous sulfate, dipirone, nistatin and multivitamin tablets. Only 27.7% of the patients had been alerted to the risk of taking medication during pregnancy. CONCLUSION: Knowing the profile of medications used during pregnancy may help devising programs to provide information to the patients and continuing education to health care professionals.