OBJETIVO: Pulsos de metilprednisolona são usados em diversas doenças, tanto para tratamento agudo quanto crônico. Embora bem tolerados, eles aumentam os níveis de glicose em ambos os pacientes, não diabéticos e diabéticos. Eles também podem ser considerados um risco significativo para alterações metabólicas agudas. O propósito deste estudo é determinar as alterações metabólicas nos níveis de glicose no sangue de pacientes não diabéticos que recebem pulsos de metilprednisolona e identificar a presença de fatores preditivos para seu desenvolvimento. MÉTODOS: Estudo observacional prospectivo em 50 pacientes não diabéticos que recebem pulsoterapia com 1 g de metilprednisolona intravenosa por três dias consecutivos como tratamento para diversas doenças autoimunes. Variáveis demográficas, antropométricas e metabólicas foram analisadas, e glicose, insulina e níveis de peptídeo C foram identificados após cada pulso de esteroide. Diferentes variáveis e a magnitude da hiperglicemia foram analisadas utilizando a correlação de Pearson. RESULTADOS: 50 pacientes foram incluídos, predominantemente mulheres (66%, n = 33). A idade média foi de 41 ± 14 anos com um IMC de 26 ± 3 kg/m². A glicose de base foi de 83 ± 10 mg/dL. Após cada pulso de esteroide, a glicose aumentou para 140 ± 28, 160 ± 38 e 183 ± 44, respectivamente (p < 0,001). Peptídeo C e concentrações de insulina aumentaram significativamente (p < 0,001). A prevalência de hiperglicemia em jejum após cada pulso foi de 68%, 94% e 98%, respectivamente. Não encontramos nenhuma correlação entre a magnitude da hiperglicemia e as variáveis estudadas. CONCLUSÃO: Os pulsos de metilprednisolona produziram aumentos significativos na glicemia de jejum na maioria dos pacientes sem diabetes. Mais estudos são necessários para definir o seu papel nas consequências em longo prazo.
OBJECTIVE: Methylprednisolone pulses are used in a variety of disease conditions, both for acute and chronic therapy. Although well tolerated, they increase glucose levels in both non-diabetic and diabetic patients. They may also be considered a significant risk for acute metabolic alterations. The purpose of this report is to determine the metabolic changes in blood glucose levels in non-diabetic patients receiving methylprednisolone pulses and identify the presence of predictive factors for its development. METHODS: Observational, prospective study in 50 non-diabetic patients receiving 1 g intravenous methylprednisolone pulses for three consecutive days as an indication for diverse autoimmune disorders. Demographic, anthropometric, and metabolic variables were analyzed, and glucose, insulin and C-peptide levels after each steroid pulse were identified. Different variables and the magnitude of hyperglycemia were analyzed using Pearson's correlation. RESULTS: 50 patients were included, predominantly women (66%, n = 33). The average age was 41 ± 14 years with a BMI of 26 ± 3 kg/m². Baseline glucose was 83 ± 10 mg/dL. After each steroid pulse, glucose increased to 140 ± 28, 160 ± 38 and 183 ± 44, respectively (p < 0.001). C-peptide and insulin concentrations increased significantly (p < 0.001). The prevalence of fasting hyperglycemia after each pulse was 68%, 94% and 98%, respectively. We found no correlation between the magnitude of hyperglycemia and the studied variables. CONCLUSION: Methylprednisolone pulses produced significant increases in fasting glucose in most patients without diabetes. Further studies are needed to define its role in long-term consequences.