RESUMO Objetivo Investigar a eficácia de longo prazo do treinamento auditivo acusticamente controlado em indivíduos adultos após traumatismo craniencefálico. Métodos Foram estudados seis indivíduos audiologicamente normais com idades entre 20 e 37 anos, que sofreram traumatismo craniencefálico grave com lesão axional difusa, submetidos a um programa de treinamento auditivo acusticamente controlado aproximadamente um ano antes. Foram comparados os resultados obtidos nas avaliações comportamental e eletrofisiológica do processamento auditivo imediatamente após o treinamento auditivo acusticamente controlado e a reavaliação, um ano após. Resultados Quanto ao potencial de tronco encefálico, observou-se aumento da latência absoluta de todas as ondas e os intervalos interpicos, na comparação entre as avaliações, bilateralmente, bem como aumento da amplitude de todas as ondas, sendo a onda V estatisticamente significativa, para a orelha direita e a onda III para a orelha esquerda. Quanto ao P3, observaram-se diminuição da latência e aumento da amplitude do P3 na avaliação atual em ambas as orelhas. A avaliação comportamental atual evidenciou desempenho semelhante nas duas avaliações, exceto no teste dicótico de dissílabos alternados na orelha esquerda e a quantidade de erros no teste dicótico consoante-vogal. Conclusão O treinamento auditivo acusticamente controlado mostrou-se eficaz em longo prazo, uma vez que foram observados resultados melhores de latência e amplitude na avaliação eletrofisiológica, bem como estabilidade das medidas comportamentais após um ano de treinamento.
ABSTRACT Objective To investigate the long-term efficacy of acoustically controlled auditory training in adults after tarumatic brain injury. Methods A total of six audioogically normal individuals aged between 20 and 37 years were studied. They suffered severe traumatic brain injury with diffuse axional lesion and underwent an acoustically controlled auditory training program approximately one year before. The results obtained in the behavioral and electrophysiological evaluation of auditory processing immediately after acoustically controlled auditory training were compared to reassessment findings, one year later. Results Quantitative analysis of auditory brainsteim response showed increased absolute latency of all waves and interpeak intervals, bilaterraly, when comparing both evaluations. Moreover, increased amplitude of all waves, and the wave V amplitude was statistically significant for the right ear, and wave III for the left ear. As to P3, decreased latency and increased amplitude were found for both ears in reassessment. The previous and current behavioral assessment showed similar results, except for the staggered spondaic words in the left ear and the amount of errors on the dichotic consonant-vowel test. Conclusion The acoustically controlled auditory training was effective in the long run, since better latency and amplitude results were observed in the electrophysiological evaluation, in addition to stability of behavioral measures after one-year training.