RESUMO Antecedentes: Critérios clínicos e de imagem são necessários para caracterizar atividade e progressão em esclerose múltipla (EM). Os parâmetros para a atividade são bem definidos, o que não ocorre com a progressão. O objetivo ideal para tratamento em longo prazo inclui ausência de sinais clínicos e de imagem, assim como inexistência de atrofia cerebral. Objetivos: Estudo comparativo de aspectos clínicos e correlatos de imagem, com foco em volumetria cerebral. Métodos: Foram avaliados 174 pacientes consecutivos com o diagnóstico de EM surto-remissiva (McDonald 2001), com foco em dados de atividade e progressão. A avaliação clínica anual (taxa de surtos e escala expandida do estado de incapacidade - EDSS) e dados de imagem, assim como a evolução anualizada do Índice de Corpo Caloso (CCI), foram comparados. Resultados: Da amostra inicial de 174 pacientes, 148 foram considerados “clinicamente estáveis” com base na EDSS. Todavia, 33 (22,2%) pacientes desse grupo mostraram redução volumétrica anualizada no índice de corpo caloso acima de 0,5%, nível de corte para definir a atrofia cerebral significativa. Conclusões: Entre pacientes de EM surto-remissiva aparentemente estáveis, cerca de 1/5 apresentou sinais de atrofia cerebral significativa em sete anos de seguimento. Consideramos razoável sugerir que sequências de volumetria deveriam ser incluídas nos protocolos de seguimento, fornecendo informação quanto ao real estado da resposta ao tratamento.
ABSTRACT Background: Clinical and imaging are required to characterize activity and progression in MS. The parameters for activity are well defined but not those for progression. The ideal aim for long-term treatment is that neither clinical nor imaging signs of disease should be present, and also no brain atrophy. Objectives: To conduct a comparative clinical-imaging study focusing on MRI brain volumetry. Methods: 174 consecutive relapsing-remitting MS patients (McDonald 2001) were studied, focusing on activity and progression. Annual clinical evaluations (relapse rate and EDSS) and MRI data, along with the annualized evolution of the corpus callosum index (CCI), were compared. Results: Out of 174 patients, 148 were considered clinically “stable” based on EDSS. However, 33 (22.2%) out of this group showed annualized reductions in CCI of more than 0.5%, which was the cutoff for defining significant brain atrophy. Conclusions: Among apparently “stable” relapsing-remitting MS patients, 1/5 showed significant brain atrophy over a follow-up period of at least 7 years. We consider it reasonable to suggest that MRI volume sequences should be included in follow-up protocols, so as to provide information on the real treatment response status.