RESUMO Os ensaios de progênies constituem estratégias de conservação genética ex situ e também de melhoramento genético, pois permitem selecionar genótipos de melhor qualidade e elevada produtividade. No entanto, o melhoramento genético florestal não tem sido devidamente aplicado para espécies nativas da região Amazônica. O objetivo deste trabalho foi investigar se progênies de Parkia multijuga possuem desempenho silvicultural diferenciado e se é possível agrupá-las em diferentes classes de desempenho. O experimento foi instalado no delineamento de blocos casualizados com 14 progênies, sendo, ao total,18 mudas por cada progênie plantadas em seis blocos (252 plantas). Três anos após o plantio foram avaliados os caracteres: diâmetro à altura do peito (DAP), altura total, altura do fuste, diâmetro da copa, comprimento da copa, área de copa, proporção de copa, grau de esbeltez (GE), índice de abrangência (IA), índice de saliência (IS), ocorrência de bifurcação, percentual de indivíduos com fuste retilíneo e o estado fitossanitário. Foram também calculados: a sobrevivência, o incremento médio anual em altura e diâmetro e o índice de resposta integrada (IRI = sobrevivência e incrementos). O IRI variou cerca de três vezes entre a melhor e a pior progênie, da qual as progênies 7, 6, 11 e 10 tiveram os maiores valores de IRI. Uma análise de componentes principais com as características silviculturais de maior interesse (IRI, DAP, GE, fuste retilíneo, bifurcação e estado fitossanitário) permitiu agrupar as progênies 6, 7 e 11 entre aquelas com melhor desempenho silvicultural. A maior parte das progênies apresentou desempenho intermediário e semelhante entre si, sendo o pior desempenho para a maioria das características relacionado à progênie 2. Progênies de Parkia multijuga divergem quanto ao desempenho silvicultural durante o estabelecimento inicial dos plantios. Logo, o agrupamento das progênies com melhores desempenhos é fundamental na seleção de materiais genéticos superiores para a composição de plantios de produção desta espécie na região Amazônica.
ABSTRACT Progeny tests are strategies for ex situ genetic conservation and genetic improvement, as they allow the selection of genotypes of better quality and high productivity. However, the tree genetic improvement has not been properly applied to native species of the Amazon region. We investigated if Parkia multijuga progenies have different silvicultural performance and if it is possible to cluster them into different performance classes. The experiment was settled in a complete random block design with 14 progenies, a total of 18 seedlings from each progeny planted in six blocks (252 plants). Three years after planting, the following variables were evaluated: diameter at breast height (DBH), total height, stem height, crown diameter, crown length, crown area, crown ratio, slenderness (S), range index (RI), salience index (SI), bifurcation occurrence, percentage of individuals with rectilinear stem and phytosanitary status. Survival, mean annual increment in height and diameter and the integrated response index (IRI = survival and increments) were also calculated. IRI varied about three times between the best and the worst progeny, of which the progenies 7, 6, 11 and 10 had the highest IRI values. The Principal Component Analysis of the most interesting silvicultural characteristics (IRI, DBH, GE, rectilinear stem, bifurcation, and phytosanitary status) allowed to group progenies 6, 7 and 11 among those with the best silvicultural performance. Most progenies showed intermediate and similar performance, being the worst performance for most traits related to the progeny 2. Progenies of Parkia multijuga diverge as to the silvicultural performance during the initial establishment of the plantations. Therefore, the grouping of progenies with better performance is fundamental in the selection of superior genetic material for the composition of productive plantations of this species in the Amazon region.