Ao observar a cidade de São Paulo, é fácil perceber que ela vive verdadeiro colapso. Impera uma dramática desigualdade, que faz que ao menos um terço de sua população viva em condições indignas. Ao mesmo tempo, sua pujança econômica alavanca um ininterrupto crescimento que, paradoxalmente, aprofunda seus problemas: poluição, enchentes, insegurança, transportes precários, congestionamentos são algumas das mazelas que hoje caracterizam a cidade. Quais as causas dessa tragédia urbana? Elas se encontram na lógica do Estado patrimonialista, de uma sociedade que nunca conseguiu vencer sua herança escravocrata, e de uma ordem estamental que consolida permanentemente a modernização conservadora. E qual é o caminho para sua solução? Ele está na necessidade de uma radical mudança na lógica de funcionamento da cidade, nas dinâmicas de funcionamento do Estado patrimonialista, que dependem, por sua vez, de profundas e necessárias mudanças individuais.
While observing the city of Sao Paulo, it is easy to perceive that it has come to a real collapse. A dramatic inequality dominates, what makes that, at least, the third part of its population live in shameful conditions. At the same time, its economic power leverages an uninterrupted growth that paradoxically deepens its problems: pollution, floods, insecurity, precarious public transportation, and traffic jams are some of the "wounds" that characterize this city. What are the causes of this urban tragedy? They rely on the logic of the Patrimonialistic State, on a society that has never managed to overcome its slavery heritage, and on a state order that permanently consolidates the conservative modernization. And what could be the path to its solution? It demands a radical change in the logic of the city functioning, in the dynamics of the Patrimonialistic State which, in its turn, depends on profound and necessary individual changes.