OBJETIVOS: Várias são as políticas públicas no Brasil para o enfrentamento da violência contra a mulher. Registra-se na literatura que os profissionais de saúde acham o tema de difícil abordagem. Para melhorar o atendimento no SUS em Ribeirão Preto, realizou-se um estudo para avaliar o conhecimento e a atitude dos profissionais de saúde em relação à violência de gênero. MÉTODOS: Contataram-se 278 profissionais de saúde, dos quais 221 foram entrevistados utilizando-se um questionário estruturado. RESULTADOS: 51 (23,0%) eram enfermeiras e 170 (77,0%) médicos; 119 (53,8%) homens e 102 (46,2%) mulheres, com idade média de 38,6 anos; 200 (90,5%) consideravam-se brancos ou asiáticos e 21 (9,5%) pretos e pardos. Tinham em média 12,5 anos de vida profissional e 158 (68,8%) eram oriundos de universidade pública. Apenas pouco mais da metade (58,7%) mostrou conhecimento geral adequado (bom e alto) sobre a violência de gênero, o que indica a necessidade de capacitar os profissionais para este atendimento. Em relação às barreiras para averiguar a violência, os profissionais citaram a falta de uma política institucional e o silêncio da mulher que não revela a violência. Os entrevistados, em particular as mulheres jovens, apresentaram atitudes mais favoráveis para o acolhimento da mulher em situação de violência. CONCLUSÕES: A maioria dos entrevistados demonstrou atitudes positivas e podemos inferir que há bom potencial para o manejo adequado dos casos, se receberem capacitação.
OBJECTIVES: There are several public policies to deal with violence against women in Brazil. The literature has reported that healthcare workers find this subject difficult to approach. To improve care in the public health system (SUS) of Ribeirão Preto, a study was conducted aiming to assess knowledge and attitudes of healthcare workers regarding gender violence. METHODS: A total 278 healthcare workers were contacted and 221 were interviewed using a structured questionnaire. RESULTS: 51 (23.0%) were nurses and 170 (77.0%) physicians, 119 (53.8%) males and 102 (46.2%) females, with a mean age of 38.6 years; 200 (90.5%) considered themselves to be white or Asian and 21 (9.5%) black or mulattos. They had an average of 12.5 years of professional practice and 158 (68.8%) had graduated from a public university. About 58.7% had an adequate general knowledge (good and high) about gender violence, which indicates the need to train healthcare workers. Regarding the barriers to identify violence, healthcare workers mentioned the lack of an institutional policy and the silence of women who do not reveal violence. Respondents, especially young women, presented more favorable attitudes towards women living in violence situation. CONCLUSIONS: Therefore, most of them show positive attitudes toward women living in violence and we infer that they present good potential for appropriate case management if they receive training.