A Economia Feminista é um dos mais recentes programas de pesquisa em ciência econômica. Desde a publicação de Beyond Economic Man, organizado por Marianne Ferber e Julie Nelson,¹ ele vem se desenvolvendo com crescente força, sobretudo nos Estados Unidos. Entretanto, a pesquisa feminista, em geral, e a economia feminista, em particular, são freqüentemente consideradas como menos objetivas do que as pesquisas tradicionais, e isso porque estas últimas seriam livres de valores, enquanto as primeiras não. Após traçar algumas definições centrais da Economia Feminista, propomos, a partir do modelo crítico de Hugh Lacey,² que: i) almejar a objetividade não significa defender uma metodologia isenta de influências valorativas, ii) a neutralidade é (e deve ser) defensável para o conjunto da prática científica e, finalmente, iii) a defesa da pluralidade de abordagens científicas é o meio através do qual a neutralidade da ciência como uma prática social pode ser salvaguardada.
Feminist Economics is one of the most recent research programs in economic science. Since the publication of Beyond Economic Man, edited by Ferber and Nelson (1993), it has been developed with increasing strength, especially in the United States. However, feminist researches in general and feminist economics in particular are often perceived to be less objective than conventional research, on the grounds that the latter would be value-neutral and the former would not. After drawing up some central definitions of Feminist Economics, we follow Hugh Lacey's critical model (1998, 1999) and propose that: i) to aim for objectivity does not mean to defend a methodology that is free from axiological influences, ii) neutrality is (and ought to be) defensible for scientific practice as a whole, and finally, iii) the defense of a plurality of scientific approaches is the way through which the neutrality of science as a social practice can be safeguarded.