FUNDAMENTO: A circunferência abdominal (CA) é a medida que mais se correlaciona com os fatores de risco e morte por doença cardiovascular. Entretanto, o impacto da obesidade no prognóstico de pacientes com doenças cardiovasculares permanece controverso e requer maiores esclarecimentos. OBJETIVO: Avaliar a CA como preditor de evolução em 30 dias em pacientes que internaram com síndrome coronariana aguda (SCA), em hospital de referência no tratamento de doenças cardiovasculares. MÉTODOS: Coorte contemporânea com 267 pacientes que internaram por SCA e que foram seguidos por 30 dias após a alta levando em consideração os eventos cardiovasculares maiores - MACE - (óbito, reinfarto, reinternação para procedimentos de revascularização). Nas primeiras 24 horas da admissão, os pacientes responderam a um questionário e posteriormente tiveram a CA mensurada. A análise estatística foi realizada com SPSS 17.0, utilizando o teste do Qui-quadrado para variáveis categóricas e o teste t de Student para as variáveis numéricas, com o nível de significância de p < 0,05. As variáveis que apresentaram valores de p < 0,10, na análise bivariada, foram incluídas em um modelo de regressão logística para avaliar o papel da CA como preditor independente de MACE. RESULTADOS: Após análise multivariável, apenas o gênero feminino (RC = 8,86; 95% IC:4,55-17,10; p < 0,00), hipertensão arterial sistêmica (RC = 2,06; 95% IC:1,10-3,87; p = 0,02) e história familiar de cardiopatia isquêmica (RC = 2,10; 95% IC:1,17-3,74; p = 0,01) permaneceram associados com os MACE. CONCLUSÃO: Em nosso estudo, a CA alterada não se associou à maior incidência de MACE em 30 dias de seguimento.
BACKGROUND: Abdominal circumference (WC) is the measure that correlates most closely with the risk factors and death from cardiovascular disease. However, the impact of obesity on the prognosis of patients with cardiovascular disease remains controversial and requires further clarification. OBJECTIVE: To evaluate WA as a predictor of 30-day outcome in patients who were hospitalized with acute coronary syndrome (ACS), in a referral hospital for the treatment of cardiovascular diseases. METHODS: Contemporary cohort 267 patients who were hospitalized for ACS and who were followed for 30 days after discharge, taking into account the major cardiovascular events - MACE - (death, reinfarction, rehospitalization for coronary artery bypass grafting procedures). In the first 24 hours of admission, patients answered a questionnaire and were subsequently measured for WC. The statistical analysis was performed with SPSS 17.0, using the chi-square test for categorical variables and Student t test for numerical variables, with significance level of p < 0.05. The variables that had p < 0.10 in the bivariate analysis were included in a logistic regression model to evaluate the WC role as an independent predictor of MACE. RESULTS: After multivariate analysis, only the female gender (OR = 8.86; 95% CI: 4.55-17. 10, p < 0.00), hypertension (OR = 2.06; 95% CI: 1.10-3.87; p = 0.02) and family history of ischemic heart disease (OR = 2.10; 95% CI: 1.17-3.74; p = 0.01) remained associated with the MACE. CONCLUSION: In our study, the modified AC was not associated with increased incidence of MACE over the 30 days of follow-up.
FUNDAMENTO: La circunferencia abdominal (CA) es la medición que se correlaciona con los factores de riesgo y la muerte por enfermedad cardiovascular. Sin embargo, el impacto de la obesidad en el pronóstico de los pacientes con enfermedades cardiovasculares sigue siendo controvertido y requiere una mayor clarificación. OBJETIVO: Evaluar la CA como un predictor de evolución en 30 días en pacientes que fueron hospitalizados con síndrome coronario agudo (SCA), en un hospital de referencia para el tratamiento de las enfermedades cardiovasculares. MÉTODOS: Cohorte contemporánea con 267 pacientes que fueron hospitalizados por SCA y que fueron seguidos durante 30 días después del alta, teniendo en cuenta los eventos cardiovasculares mayores - MACE - (muerte, reinfarto, rehospitalización por procedimientos de revascularización). En las primeras 24 horas del ingreso, los pacientes respondieron a un cuestionario y se midió posteriormente la CA. El análisis estadístico se realizó con SPSS 17.0, mediante la prueba de Chi-cuadrado para variables categóricas y prueba t de Student para las variables numéricas, con un nivel de significación de p < 0,05. Las variables que presentaron valores de p < 0,10, en el análisis bivariado, se incluyeron en un modelo de regresión logística para evaluar el papel de la CA como un predictor independiente de MACE. RESULTADOS: Tras el análisis multivariante, solamente el sexo femenino (RC = 8,86; 95% IC:4,55-17,10; p < 0,00), hipertensión arterial sistémica (RC = 2,06; 95% IC:1,10-3,87; p = 0,02) e historia familiar de cardiopatía isquémica (RC = 2,10; 95% IC:1,17-3,74; p = 0,01) permanecieron asociados con los MACE. CONCLUSIÓN: En nuestro estudio, la CA alterada no se asoció a una mayor incidencia de MACE a los 30 días de seguimiento. (Arq Bras Cardiol 2011;96(5):399-404)