RESUMO CONTEXTO: Além do manejo adequado das eliminações da estomia, a manutenção da nutrição para a pessoa com ileostomia é um grande desafio. OBJETIVO: Este trabalho teve como objetivo avaliar o estado nutricional de pessoas com ileostomia. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, realizado numa população de 17 pessoas com ileostomia cadastrados no Serviço de Atenção à Saúde da Pessoa Ostomizada de nível II referência para uma região de saúde em Minas Gerais. Foi realizada a avaliação antropométrica que consistiu na coleta do peso, altura e cálculo do índice de massa corporal. Também foi avaliado um recordatório alimentar de 24 horas e o método de avaliação nutricional Avaliação Subjetiva Global. Os dados foram analisados pelo software Dietbox, onde foi estimado os nutrientes ingeridos, e pelo Statistical Package for the Social Sciences versão 22.0. RESULTADOS: Houve predomínio de uma população composta por pessoas com idade superior a 50 anos, do sexo feminino, de estado civil casado e solteiro, com renda familiar entre dois e três salários mínimos, ensino fundamental incompleto e que não exerciam atividade remunerada. O câncer foi dado como principal diagnóstico que originou a estomia e possuíam um tempo de cirurgia menor que dois anos. Quanto ao estado nutricional, a maior parte dos entrevistados apresentaram índice de massa corporal adequada, porém mais da metade referiu perda de peso importante após a confecção da ileostomia. O diagnóstico nutricional predominante, fornecido pela Avaliação Subjetiva Geral foi de “suspeita de desnutrição/desnutrido moderado”. Já o aporte de energia, carboidratos, lipídeos, sódio, potássio, magnésio e vitamina B12 foi avaliado como insuficiente na quase totalidade dos participantes. CONCLUSÃO: Portanto, sugere-se a avaliação periódica do estado nutricional dessa população. Assim, espera-se que o diagnóstico e planejamento dietético preventivo, terapêutico e de manutenção possam contribuir para a condição nutricional da pessoa com ileostomia.
ABSTRACT BACKGROUND: The maintenance of nutrition for the person with ileostomy is a major challenge despite to the proper management of stoma eliminations. OBJECTIVE: This study aimed to evaluate the nutritional status of people with ileostomy. METHOD: This is a cross-sectional study carried out on a population of 17 people with ileostomy enrolled in the Service of Attention to the Health of the Person with Stoma of level II, referring to a health region in Minas Gerais. The anthropometric evaluation consisted of the collection of weight, height, and calculation of body mass index. A 24-hour food recall and the nutritional assessment method Global Subjective Assessment were also evaluated. The data were analyzed by the Dietbox software, where the ingested nutrients were estimated, and by the Statistical Package for the Social Sciences version 22.0. RESULTS: There was a predominance of a population composed of people over 50 years old, female, married and single, with family income between two and three minimum wages, incomplete elementary school and that did not exercise paid activity. The cancer was given as the main diagnosis that originated the stoma and had a surgery time of less than two years. Regarding nutritional status, most of the interviewees presented adequate body mass index, but more than half reported significant weight loss after the ileostomy. The predominant nutritional diagnosis provided by the General Subjective Assessment was “suspected malnutrition/moderate malnutrition”. On the other hand, the contribution of energy, carbohydrates, lipids, sodium, potassium, magnesium and vitamin B12 was considered insufficient in almost all the participants. CONCLUSION: Therefore, it is suggested the periodic evaluation of the nutritional status of this population. Thus, it is expected that preventive, therapeutic and maintenance dietary diagnosis and planning may contribute to the nutritional status of the person with the ileostomy.