Objetivo: determinar o índice do líquido amniótico (ILA) por ultra-sonografia em gestações normais e construir uma curva de normalidade para o ILA da 12ª à 42ª semana de gravidez. Métodos: foram realizadas 471 medidas do ILA, em 256 gestantes sem intercorrências clínicas maternas ou fetais. Em gestações acima de 20 semanas calculava-se a soma dos maiores diâmetros verticais dos bolsões de líquido amniótico (LA) em quatro quadrantes nos quais era dividido o útero. Naquelas gestações com 20 semanas ou menos o útero era dividido em duas metades. A soma era calculada por meio das medidas obtidas dos maiores diâmetros verticais medidos nessas duas metades. O resultado da soma foi expresso em centímetros. Resultados: o ILA foi medido (471 medidas) e os resultados foram estratificados e agrupados por intervalos gestacionais (2 em 2 semanas), à exceção da 12ª que foi analisada isoladamente. De uma média de 4,7 cm (limites 3,8-5,9 para o 5º e o 95º percentil) na 12ª semana gestacional, o ILA cresceu progressivamente até a média máxima de 14,7 cm na 32ª semana (limites: 7,0-24,9 cm). Apresentou valores estáveis, em platô, da 21ª até a 40ª semana, inclusive. Após, os valores do ILA diminuíram acentuadamente. O ponto de corte do ILA foi verificado na 21ª semana de gestação. O incremento percentual do ILA verificado na 32ª semana foi de 197,7% em relação à 12ª semana e no final da gestação foi de 2,9% em relação à semana tomada como referência. Conclusão: o ILA apresentou variações no decorrer da gestação. Cresceu progressivamente até a 21ª semana, apresentando, após, valores em platô até a 40ª semana. Depois dessa semana, o ILA diminuiu acentuadamente. O pico máximo do ILA ocorreu na 32ª semana. Ao se estabelecer uma curva de normalidade para o ILA, em nosso meio, facilita-se a detecção de alterações e, com isso, um melhor acompanhamento e condução da gravidez.
Purpose: to determine the amniotic fluid index (AFI) through ultrasound assessment in normal pregnancies and produce a curve of normalcy for the AFI from the 12th up to the 42nd week of pregnancy. Methods: the study involved 471 measurements on 256 pregnant women, all undergoing normal pregnancies. In pregnancies of more than 20 weeks an estimation was made of the sum of the largest vertical diameters of the amniotic fluid pockets in the four quadrants into which the uterus was divided. In the pregnancies of 20 weeks or less, the sum was obtained from the largest vertical diameters measured in the two halves into which the uterus was divided. Results were expressed in centimeters. Results: AFI was measured (471 measurements) and the results were stratified and grouped by weeks of pregnancy (every two weeks), except the 12th week which was analyzed alone. From an average of 4.7 cm (limits 3.8-5.9 for the 5th and the 95th percentiles) at the 12th week of pregnancy, the AFI grew progressively up to the maximum mean of 14.6 cm at the 32nd week (limits: 7.0-2.5 cm). AFI presented stable measurements from the 21st up to the 40th week. After that, AFI measurements suffered a sharp decrease. The AFI cutoff point occurred at the 21st week of pregnancy. The percent increase of AFI obtained at the 32nd week, when compared to the 12th was 197.7%, and 2.9% at the end of pregnancy when compared to the measurement of the week taken as reference. Conclusion: AFI varied during pregnancy. It increased progressively up to the 21st week and then stabilized up to the 40th week. After that, it experienced a sharp decline. The maximum measurement of the AFI occurred at the 32nd week. By establishing a normalcy curve for AFI it becomes easier to detect changes and allows for a better follow-up of the pregnancy period.