As atribuições das equipes de Saúde da Família incluem a elaboração de um plano local, com participação da comunidade, considerando as peculiaridades e necessidades de saúde em cada território. Através de um estudo de caso com abordagem qualitativa, analisou-se o processo de planejamento local em três equipes, situadas em diferentes áreas programáticas do município do Rio de Janeiro. A seleção priorizou maior tempo de implantação e de estabilidade na composição das equipes, considerando a probabilidade de maior integração interna e junto a seus territórios. Participaram todos os profissionais das equipes e seus supervisores regionais. Os dados foram coletados através de observação direta das reuniões das equipes e entrevistas semiestruturadas. Optou-se pela análise de conteúdo com abordagem temática, utilizando as categorias teóricas de risco, vulnerabilidade e planejamento participativo. Os resultados mostraram um processo de planejamento local ainda incipiente, sem definição clara de metas comuns, subutilização de critérios e instrumentos preconizados, tendência normativa e focado em aspectos biológicos. Entre as sugestões para fazer avançar o planejamento, destacaram-se adequação do espaço físico nas unidades de saúde, estabilidade no fornecimento de insumos, regulação da rede de serviços, inclusão de um profissional administrativo em cada unidade de saúde e ações de educação permanente. Entende-se que a formulação e implementação de metodologias e instrumentos básicos capazes de traduzir as diretrizes da Estratégia de Saúde da Família e se adequar às peculiaridades de cada território, junto ao fortalecimento de uma cultura de planejamento participativo, se mostram fundamentais para a integração e qualificação do trabalho nessas equipes.
The powers of the Family Health teams include the development of a local plan, with community participation, considering the peculiarities and health needs in each territory. Through a case study with a qualitative approach, we analyzed the local planning process into three teams, located in different program areas of the municipality of Rio de Janeiro. The selection prioritized longer operation and stability in the composition of teams, considering the likelihood of greater internal integration and to their territories. All the professional teams and their regional supervisors participated. Data were collected through direct observation of meetings of teams and semi-structured interviews. We chose to approach content analysis with subject, using the theoretical categories of risk, vulnerability and participatory planning. The results showed a local planning process still in its infancy, no clear definition of common goals, criteria and underuse of recommended instruments, focused on regulatory trends and biological aspects. Among the suggestions for advancing the design, the highlights were the adequacy of physical space in health facilities, stable supply of raw materials, regulation of network services, including an administrative professional in every health unit actions and continuing education. It is understood that the formulation and implementation of methodologies and tools able to translate the basic guidelines of the Family Health Strategy and adapt to the peculiarities of each territory, with the strengthening of a culture of participatory planning is essential to show the integration and skilled labor in these teams.