ContextoA utilização de quimiorradioterapia adjuvante permanece controversa após a realização de gastrectomia D2.ObjetivoExplorar a utilidade clínica do N-Ratio para a seleção de pacientes com câncer gástrico candidatos à quimiorradioterapia adjuvante após gastrectomia D2.MétodosRealizou-se estudo de coorte retrospectivo incluindo pacientes com câncer gástrico submetidos a gastrectomia D2, isoladamente ou associada à quimiorradioterapia adjuvante (protocolo INT-0116), no Hospital A.C. Camargo, de setembro de 1998 a dezembro de 2008. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se diversos métodos, tais como análise de área sob curvas ROC, regressão de Cox's ajustada e análise estratificada da sobrevivência.ResultadosA análise envolveu 128 pacientes. Por análise das áreas sob curvas ROC, o N-Ratio apresentou AUC de 0,713 como variável contínua, enquanto o número total de linfonodos metastáticos apresentou AUC de 0,705. Na análise categorizada, os pontos-de-corte propostos por Marchet et al. apresentaram o maior poder de discriminação, com valor de AUC de 0,702. A categorização N-Ratio segundo estes autores foi confirmada como um preditor independente de sobrevivência, utilizando-se análises multivariadas. Observou-se tendência de melhor sobrevivência acrescentando-se quimiorradioterapia adjuvante apenas para pacientes com moderado grau de disseminação linfática (NR2, 10%-25%), entre os quais a sobrevivência em 5 anos foi de 23,1% vs 66,9%, respectivamente (HR = 0,426, IC 95% 0,150-1,202,P = 0,092).ConclusõesEste estudo confirma o N-Ratio como uma medida para melhorar o estadiamento linfonodal no câncer gástrico e sugere que os pontos-de-corte descritos por Marchet et al. sejam a melhor opção para sua categorização após gastrectomia D2. Nesse contexto, o N-Ratio parece uma opção útil para selecionar pacientes para quimiorradioterapia adjuvante, ao passo que os benefícios de se adicionar este tipo de adjuvância após gastrectomia D2 parece ser limitada a pacientes com moderada disseminação linfática (NR2, 10%-25%).
ContextWhether adjuvant chemoradiotherapy may contribute to improve survival outcomes after D2-gastrectomy remains controvertial.ObjectiveTo explore the clinical utility of N-Ratio in selecting gastric cancer patients for adjuvant chemoradiotherapy after D2-gastrectomy.MethodsA retrospective cohort study was carried out on gastric cancer patients who underwent D2-gastrectomy alone or D2-gastrectomy plus adjuvant chemoradiotherapy (INT-0116 protocol) at the Hospital A. C. Camargo from September 1998 to December 2008. Statistical analysis were performed using multiple conventional methods, such as c-statistic, adjusted Cox's regression and stratified survival analysis.ResultsOur analysis involved 128 patients. According to c-statistic, the N-Ratio (i.e., as a continuous variable) presented “area under ROC curve” (AUC) of 0.713, while the number of metastatic nodes presented AUC of 0.705. After categorization, the cut-offs provide by Marchet et al. displayed the highest discriminating power – AUC value of 0.702. This N-Ratio categorization was confirmed as an independent predictor of survival using multivariate analyses. There also was a trend of better survival by adding of adjuvant chemoradiotherapy only for patients with milder degrees of lymphatic spread – 5-year survival of 23.1% vs 66.9%, respectively (HR = 0.426, 95% CI 0.150–1.202; P = 0.092).ConclusionsThis study confirms the N-Ratio as a tool to improve the lymph node metastasis staging in gastric cancer and suggests the cut-offs provided by Marchet et al. as the best way for its categorization after a D2-gastrectomy. In these settings, the N-Ratio appears a useful tool to select patients for adjuvant chemoradiotherapy, and the benefit of adding this type of adjuvancy to D2-gastrectomy is suggested to be limited to patients with milder degrees of lymphatic spread (i.e., NR2, 10%–25%).