O objetivo deste estudo foi verificar fatores de risco para não-adesão ao tratamento para tuberculose nos pacientes inscritos no Programa de Controle da Tuberculose, residentes na zona urbana da cidade de Pelotas. O estudo estendeu-se de julho de 1994 a dezembro de 1995. Uma coorte de pacientes com diagnóstico incidente de tuberculose, entre vinte e oitenta anos de idade, foi acompanhada no Centro de Saúde da cidade, onde são centralizados todos os pacientes com tuberculose. Cada paciente foi acompanhado desde o diagnóstico da doença até o término do tratamento, seis meses após. Um questionário padronizado e pré-codificado foi aplicado a todos os pacientes. Foi diagnosticado um total de 152 casos novos de tuberculose no ano em estudo; destes, aproximadamente 20% dos mesmos abandonaram o tratamento. Em relação aos fatores de risco estudados para não-adesão ao tratamento não se encontrou significância estatística para fatores sócio-econômicos, trabalho do chefe da família, idade, sexo, alcoolismo e presença de sintomas. O único fator de risco que esteve estatisticamente associado com não-adesão ao tratamento foi cor não branca. Isto provavelmente ocorreu pela falta de poder do estudo em razão do tamanho da amostra.
This study assesses risk factors for treatment noncompliance by patients registered with the Tuberculosis Control Program who live in the urban area of Pelotas, Rio Grande do Sul State. The study lasted from June 1994 to December 1995. All new cases diagnosed as pulmonary tuberculosis in the 20-80-year age bracket were monitored by the Tuberculosis Unit, hub of the tuberculosis control program in Pelotas. All patients was monitored from time of diagnosis through end of treatment, six months later. Patients answered a standard questionnaire. From June 1994 to June 1995, 152 cases were recorded, with some 20% treatment noncompliance. We observed no significant association between noncompliance and employment status for head-of-family, age, gender, alcoholism, or presence of symptoms, while the only risk factor significantly associated with noncompliance was non-white skin color, probably due to the study's weak power as a function of sample size.