Nas últimas décadas, as ações pela legalização do aborto se fortaleceram nas agendas dos movimentos latino-americanos que procuram o pleno reconhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos. Neste contexto, e de uma posição reativa, a hierarquia da Igreja Católica se posicionou como um dos principais opositores a esta demanda. Procurando manter uma ordem jurídica contrária ao reconhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos em geral, e do direito ao aborto em particular, a hierarquia vaticana desenvolveu um discurso fundamentado na ideia da “defesa da vidaâ€�, conjugando elementos científicos e jurídicos que pretendem apresentá-lo como uma verdade objetiva e neutra. No presente artigo, reconstruímos e analisamos criticamente esta ideia de “vidaâ€�, compreendendo-a não como uma verdade imparcial e irrefutável, mas sim como uma produção política que opera se amparando em discursos de “Verdadeâ€� que pretendem incidir jurídica e socialmente.
In recent decades, actions in support of legalizing abortion have been strengthened within the agendas of Latin American movements demanding for full recognition of sexual and reproductive rights. In this context, the hierarchy of the Catholic Church has stood out, reactively, as one of the main opponents to this demand. With the purpose of maintaining a legal order against sexual and reproductive rights in general, and the right to abortion in particular, the Vatican hierarchy has developed a discourse based on the idea of the 'defense of life,' combining scientific and legal elements in order to present that argument as a neutral and objective truth. In this paper we reconstruct and analyze critically this idea of 'life,' understood not as an impartial and irrefutable truth, but as a political production which mobilizes discourses of 'Truth' seeking to impact on legal and social spheres.
En las últimas décadas, las acciones por la legalización de aborto se han fortalecido en las agendas de los movimientos latinoamericanos que buscan el pleno reconocimiento de los derechos sexuales y reproductivos. En este contexto, y desde una posición reactiva, la jerarquía de la Iglesia Católica se ha posicionado como uno de los principales opositores a esta demanda. Buscando mantener un orden jurídico contrario al reconocimiento de los derechos sexuales y reproductivos en general, y del derecho al aborto en particular, la jerarquía vaticana ha desarrollado un discurso fundamentado sobre la idea de la “defensa de la vidaâ€�, conjugando elementos científicos y jurídicos que pretenden presentarlo como una verdad objetiva y neutral. En el presente artículo reconstruimos y analizamos críticamente esta idea de “vidaâ€�, comprendiéndola no como una verdad imparcial e irrefutable, sino como una producción política que opera amparándose en discursos de “Verdadâ€� que pretenden incidir jurídica y socialmente.