O objetivo deste trabalho foi o de analisar, através de técnicas histológicas e reações histoquímicas, se o exercício induziria alterações nas fibras musculares dos músculos reto do abdome (expiratório) e intercostal paraesternal (inspiratório). Para tanto, ratos da linhagem Wistar, divididos em grupos controle e treinado, foram submetidos à adaptação e, em seguida, ao treinamento da natação por 15, 30, 45 e 60 dias, 1h/dia, cinco dias/semana. Ao término do experimento os animais foram sacrificados, os músculos retirados e congelados em N-hexana resfriada a -70ºC em N2. Os cortes histológicos (7µm) foram feitos em micrótomo criostato a -20ºC, procedendo-se então à confecção das lâminas para a análise da morfologia geral (HE), análise da capacidade oxidativa (NADH-TR) e habilidade contrátil (ATPase miofibrilar), para verificação dos percentuais dos tipos de fibras musculares. Os músculos estudados revelaram fibras com contornos poligonais e com diferentes diâmetros, sendo de três tipos básicos; SO (slow oxydative), FOG (fast oxydative glycolitic) e FG (fast glycolitic), com distribuição em mosaico. A análise dos resultados demonstrou que o músculo reto do abdome apresentou aumento significativo nos percentuais de fibras SO e diminuição das fibras FOG nos animais que nadaram durante 60 dias, e aumento das fibras FG para os ratos que nadaram durante 15 dias. O músculo intercostal paraesternal apresentou aumento significativo nos percentuais das fibras SO nos animais que nadaram durante 60 dias, aumento de fibras FOG para os que nadaram durante 45 e 60 dias e diminuição das fibras FG para os que nadaram durante 30, 45 e 60 dias. Dos fatos, pode-se concluir que, no exercício da natação os músculos inspiratórios realizaram maior trabalho devido à pressão hidrostática, aumento da freqüência respiratória e aumento da resistência elástica pulmonar, e que, para isso, houve a necessidade de maior adaptação aeróbica, com conseqüente aumento do percentual de fibras oxidativas, induzindo maior resistência à fadiga.
The objective of the present study was to evaluate the influence of swimming exercise on metabolic and contractile abilities of rectus of abdomen and the paraesternal intercostal muscle fibers. Adult Wistar rats were initially submitted to an adaptation period and then divided into control and exercise groups. Exercised animals were submitted to swimming for 15, 30, 45, and 60 days, 1 hr/day, 5days/week. At the end of each period, the animals were killed. Small segments of the above muscles were frozen in N-hexane at -70ºC, pre-cooled with liquid nitrogen for two minutes. Histological transverse sections (7 µm) were obtained in a cryostat microtome at -20ºC. Some serial sections were stained with HE. Subsequent sections were reacted for NADH-TR to evaluate the oxidizing capacity, and for m-ATPase, after acid and alkaline pre-incubations mediums. Under microscopic examination, the frequencies of fiber types were sampled. Muscle fibers revealed to be grouped in different fascicles, presenting polygonal outlines, with different diameters. Three kind of fibers were detected: SO (slow oxidative), FOG (fast oxidative glycolytic) and FG (fast glycolytic), presenting a mosaic pattern distribution. The analysis of the results demonstrated that after 60 days of exercise, the abdominal muscles showed a significant increase in the frequency of SO fibers. After 15 days, a significant decrease in frequency of intermediate FOG fibers and an increase of FG fibers. The paraesternal intercostal muscles revealed a significant increase in the percentage of SO fibers in the 60 day-exercised animals, a percentage increase of FOG fibers in the animals of 45 and 60 days, and a percentage decrease of FG fibers in those of 30, 45 and 60 days. So, due to hydrostatic pressure in swimming exercise, the degree of work was greater in the inspiration muscles. This increase was parallel with the increase of aerobic adaptation of fibers and fatigue resistance.